She's the U.S President, He Organizes the Receptions
Could America's new TV Series Commander in Chief be an indication of an impending Hillary Clinton Presidency? According to this article from Portugal's Diario de Noticias, as long as the main character played by Geena Davis 'comes out looking good,' the series may in fact help Hillary in 2008. But what about Condoleezza? ...
By Marina Almeida
Translated By Brandi Miller
April 26, 2006
Portugal - Diario de Noticias - Original
Article (Portuguese)
'Commander-in-Chief Geena Davis.
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A new TV series
"thrusts the 'First Gentleman' into a private and domestic role, making
him responsible for organizing receptions and choosing the daily menu at the
White House. It places a woman at the center of power and in charge of one of
the most powerful countries on the planet."
Ana Joao
Sepulveda, a specialist in political marketing, feels that Mr. President [Senhora
Presidente, or Commander in Chief in the U.S.], a series with Geena Davis as
the protagonist "can serve as a laboratory of discussion about the role of
each gender in society," because it "upsets the traditional concept
of what it means to be a man or a woman."
In the U.S.,
where it premiered months ago, the ABC series launched a debate.
The choice of Geena Davis in the role of Mackenzie Allen is taken by many as a preparation
of the American public opinion for the presidential candidacy of Hillary
Clinton in 2008. This becomes even more the case when one sees that writer of
the series, Steven Cohen, served as Hillary's communications director in the
90s, and Rod Lurie, the director, is a confirmed supporter.
Journalist
Luis Costa Ribas, who for 22 years was a TV correspondent for SIC [Independent
Society of Communication] in the United States, considers the series "to
be realistic in terms of the American landscape." In his opinion, this is due
to the acceptance of women by "institutions," and the series underscores
the fact that the American president is the supreme commander of the armed
forces – as in Commander in Chief, the original title of the series. Ribas says
"a television series will not change the mentality of a country of 300
million people," but "the fact that it's on the air and garnering
success reflects the open mind" of American society.
Ana Joao
Sepulveda considers that "this series shakes up the perception that people
have of those in politics, and it also impacts the way people see the role and
capacity of a woman to carry out the duties required of leadership on the
political level." Senhora Presidente will be "a good marketing
maneuver if the character comes out looking good and if a candidate can tie
herself to the positive aspects of the character. If it's possible to create a
character identity, on the part of the actress and of a candidate, then it will
be a good marketing maneuver," she says.
PRODUCTION
AS A POLITICAL ACT
Fiction
writer Nuno Artur Silva saw the first episodes of the series, which "seem
to go to extremes in their tone; there are
the extremes of the good American family and American political cynicism."
Geena and Her First Gentleman; Hillary Clinton and Hers?
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The head
of Produçoes Ficticias says that the production seems "more simplistic"
than All The President's Men, but he recognizes Geena
Davis' excellence in playing the part. Reticent to establish a bridge between
reality and fiction - "the character's identification is to be a strong
woman, full of independence" - he
ends up admitting that "the production and broadcast of any program is a
political act" and reminds us that "fiction, many times, foretells
reality."
For Ana
Bola, author and lead actress of the series [The Minister's Wife] (1995) and Mrs.
Minister (1999), in Portugal you could not make a series like Senhora
Presidente because "there is not the means nor the desire." Refusing to compare the two programs (the American series "is
not a comedy") she says that "her" minister "was a joke,"
but "what can be taken more seriously is the fact that a woman was behind
a politician who was a joke." About Senhora Presidente, she doesn't resist
between chuckles: "Will Hillary come to power because of the series …? Why not?"
Portuguese Version Below
Ela é presidente dos EUA, ele organiza as recepções
By Marina Almeida
Esta série "atira 'o' (sic) primeira dama
para o plano do privado e do doméstico, colocando-o como responsável por
organizar recepções, escolher a ementa diária da Casa Branca. Coloca uma mulher
no centro do poder e no poder de um dos países mais poderosos do planeta".
Ana João Sepúlveda, especialista em marketing
político, considera que Senhora Presidente, a série protagonizada por Geena
Davis (em exibição na SIC e no People and Arts) "pode servir de laboratório
para uma discussão sobre o papel de cada sexo na sociedade", uma vez que "baralha
os conceitos tradicionais do que é ser homem e do que é ser mulher".
Nos EUA, onde se estreou há meses, a série da
ABC lançou o debate. A prestação de Geena Davis no papel de Mackenzie Allen é tida
por muitos como a preparação da opinião pública
americana para a candidatura presidencial de Hillary Clinton, em 2008, até porque
o argumentista de Senhora Presidente, Steve Cohen, foi director de comunicação
de Hillary nos anos 90 e Rod Lurie, o autor, é seu assumido apoiante.
O jornalista Luís Costa Ribas, que durante 22 anos foi correspondente da SIC nos Estados
Unidos, considera que a série "é realista em termos do cenário americano".
Na sua apreciação, o que está em causa é a aceitação da mulher pelas "instituições",
sublinhando que o presidente dos EUA é o comandante supremo das forças armadas -
Commander in Chief, o título original da série. Ribas diz que "não é uma série
televisiva que vai mudar as mentalidades num país de 300 milhões de pessoas",
mas "o facto de estar no ar e ter sucesso reflecte uma abertura" da
sociedade.
Já Ana João Sepúlveda considera que "esta
série mexe muito com a percepção que as pessoas têm dos bastidores da política
e também tem impacto na forma como as pessoas vêem o
papel e a capacidade da mulher para exercer cargos de chefia a nível político".
Senhora Presidente será "uma boa manobra de marketing se o personagem se
sair bem e se a candidata souber colar-se aos aspectos positivos que a
personagem tem. Se for possível conseguir uma identificação da personagem, da
actriz e da candidata, então será uma boa manobra de marketing", considera.
Produção como acto político
Nuno Artur Silva, ficcionista, viu os primeiros
episódios da série, que "parece carregar excessivamente no tom, há um lado
excessivo da boa família americana e o lado do cinismo
da política americana".
O homem do leme das Produções Fictícias diz que
a produção lhe parece "xaroposa, mais simplista" do que Os Homens do
Presidente (em exibição na NBC), mas reconhece a excelência do desempenho de
Geena Davis. Reticente em estabelecer uma ponte entre a realidade e a ficção -
"a identificação da personagem é por ser uma
mulher dura com perfil independente" -, acaba por admitir que "toda a
exibição e produção de programas é um acto político" e lembra que "a
ficção, muitas vezes, antecipa a realidade".
Para Ana Bola, autora e protagonista das séries
A Mulher do Sr. Ministro (1995) e Sra. Ministra (1999), em Portugal não se
poderia fazer uma série como Senhora Presidente porque "não há meios nem há
vontade." Recusando comparar as duas propostas (a série americana "não
é de humor") diz que a "sua" ministra "foi uma brincadeira",
mas "o que pode ser levado mais a sério é o facto de haver uma mulher atrás
de um político, que era um banana". Sobre a Senhora Presidente, não
resiste, entre risos: "Se a Hillary for para o poder por causa da série...?
E porque não?"