Diario de Noticias,
Brazil
Bush's Latest Blown Opportunity
“At a minimum, we had hoped that the Bush Administration would have realized the failure of its initial strategy and had come to understand that a 'change in information' should prompt a 'change in policy.'"
By Jacinto Lucas Pires
Translated By Brandi Miller
January 12, 2006
Portugal - Diario de Noticias - Original
Article (Portuguese)
The North American president has just announced
that he will send "more than 20,000 soldiers" to Iraq, but those who think
that this quick fix will stop the civil war are just fooling themselves.
No.
With America bogged down on the other side of the world, Bush opts to push ahead and raise the stakes.
No. Against the recommendations of the Iraq Study Group and, more importantly,
against the wishes of a vast majority of Americans, the President chooses not
to see the obvious. And even if he admits to mistakes being his responsibility,
the truth is, this does nothing to lessen the consequences of the current state
of affairs. Despite the unsustainable gravity of the situation in Iraq, Bush's
speech seemed like an infantile act of faith amounting to the belief that if he
repeats "it will work, it will work, it will work," that it actually
will work. Identical plans didn't work before, but this time things will turn
out differently. Is this because something essential has changed? No, it will work,
we are told, because it will work.
Of course, now that we are where we are, there's
no reason for us to insist on saying, "We told you so …" regarding
the invasion of Iraq, nor do we defend the idea of a quick
withdrawal that will result in complete chaos. But at a minimum, we had hoped that
the Bush Administration would have realized the failure of its initial strategy
and had come to understand that a "change in information" should prompt
a "change in policy." After all that has occurred (on top of Abu Ghraib and Guantanamo), and
knowing the reports about life in Iraq that emerge every day, what we didn't
need was to hear Bush talk of "victory" and the promise of "something
new in the Arab world."
Not having pursued well-defined political objectives – in other words, goals whose
insult carry consequences - along with a set of parallel diplomatic efforts -
this new dispatch of North American troops to Iraq is in fact nothing more than
an "escalation" that could be counterproductive by increasing the complexity
of the war.
If it happens, this will make an American
withdrawal even more traumatic and a peaceful future for Iraq and the entire
region all the more distant.
The majority of Americans already understood
this long ago. Tragically, it is George W. Bush that still hasn't.
jacintolucaspires@gmail.com
Portuguese
Version Below
Oportunidade perdida
Jacinto Lucas Pires
jacintolucaspires@gmail.com
O Presidente norte-americano acaba de anunciar o envio de "mais de 20 mil soldados" para o Iraque, mas desenganem-se os que acreditam tratar-se apenas de uma acção rápida para estancar a guerra civil em curso. Não. Com a América atolada do outro lado do mundo, Bush opta pela fuga para a frente e pelo subir da parada. Contra as recomendações do Grupo de Estudo e, mais importante, contra a vontade da vasta maioria dos americanos, o Presidente escolhe não ver o óbvio.
E, se afirma assumir os erros como uma responsabilidade sua, a verdade é que não tira as devidas consequências do actual estado de coisas. Apesar da insustentável gravidade da situação no Iraque, o discurso de
Bush consegue manter-se como um infantil acto de fé que repete que sim e que sim porque sim.
O novo plano há-de funcionar porque sim. Planos idênticos não funcionaram antes, mas agora tudo será diferente. Porque se mudou algo de essencial? Não, só porque sim.
Claro que, aqui chegados, não adianta nada insistir num "nós bem dissemos..." a propósito da invasão do Iraque, nem defender saídas apressadas que venham deixar o caos em roda livre. Mas esperava-se - no mínimo dos mínimos - que a Administração Bush tivesse percebido o falhanço da sua estratégia inicial e que viesse, desta feita, reconhecer que a uma "alteração dos dados" devia corresponder, finalmente, uma "alteração de políticas". Depois do que se passou (mais Abu Ghraib, mais Guantánamo)
e sabendo o que os noticiários contam todos os dias sobre a vida no Iraque, o que não precisávamos era de voltar a ouvir Bush falar de "vitória" e da promessa de "algo novo no mundo árabe".
Não acompanhado por objectivos políticos muito bem definidos - metas cujo incumprimento acarrete consequências -, e por um conjunto de esforços diplomáticos paralelos, este novo envio de tropas norte- -americanas para o Iraque não é, de facto, mais do que uma "escalada" e pode vir a ter o efeito contraproducente de aumentar a complexidade da guerra.
O que, a acontecer, tornaria uma retirada dos EUA ainda mais traumática e um futuro de paz para o Iraque e para toda a região ainda mais longínquo.
A maioria dos americanos já compreendeu isso há algum tempo. George W. Bush é que, tragicamente, ainda não.