O Globo, Brazil
Bush Immigration Plan Acceptable to No One

EDITORIAL

Translated By Brandi Miller

May 18, 2006
Brazil - O Globo - Original Article (Portuguese)    



Bush Addresses the Nation on
the Subject of Immigration, May 15.

—C-SPAN VIDEO: President Bush Addresses Nation on
Immigration Laws and Policies, May 15, 00:16:51RealVideo


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It's no surprise that President George W. Bush has drifted off course on the question of immigration. That's what happens when officials look to solve complex problems by thinking of their own survival rather than the people's interests. Faced with a divided Congress, under the weight of public opinion that demands serious action, and cornered by gigantic demonstration by immigrants that feel threatened, Bush is in search of common ground. And in his effort to please everyone, he is making Democrats, religious voters and the Latin American electorate unhappy.

On one hand, he recommends tighter policing of the borders; on the other, he proposes a law that offers illegal foreigners - numbering around 12 million - the possibility of citizenship. And he reacts to critics by affirming that the two measures are complementary and not mutually exclusive: "The United States can at the same time be a society governed by law and a society of open arms."

Another solution is to grant a three-year stay to those that go the USA to perform jobs that the Americans don't want. These temporary workers would be prohibited from gaining citizenship and would have to return to their countries.

A plan already approved by the House of Representatives is for the construction of a high-tech fence on the southern border, and to make illegal immigration a crime. The Senate already agrees with the fence, but insists on giving immigrants the possibility of citizenship.

Not even the governors of the southern states agree with the presidential decision to send 6,000 National Guard soldiers to reinforce security on the Mexican border. Wouldn't they be put to better use in Iraq?

Across the country immigrants in a variety of situations resent these proposals, which they consider prejudicial, and millions have already taken to the streets in protest. Their leaders are used to summing up their arguments in two questions. Were those that piloted planes into the World Trade Center "illegals?" And whom did the Americans turn to for rebuilding?

Portuguese Version Below

Difícil solução

Não admira que o presidente George W. Bush tenha perdido o rumo na questão da política de imigração. É o que acontece quando governantes procuram resolver problemas complexos pensando mais na própria sobrevivência do que nos interesses dos governados. Diante do Congresso dividido, sob o peso da opinião pública que exige severidade, e acuado por gigantescas manifestações de imigrantes que se sentem ameaçados, Bush tateia em busca de terreno comum. E em seu esforço para agradar a todos está desagradando a democratas, a correligionários e ao eleitorado de origem latino-americana.

De um lado, recomenda mais rigor no policiamento das fronteiras; de outro, propõe uma lei que ofereça aos estrangeiros em situação ilegalcalcula-se que sejam 12 milhões — a possibilidade de cidadania. E reage às críticas afirmando que as duas medidas são complementares e não excludentes: "Os Estados Unidos podem ser ao mesmo tempo uma sociedade sob o império da lei e uma sociedade de braços abertos."

Outra solução que apresenta é a de conceder licença de três anos a quem queira ir aos EUA fazer o serviço que os americanos rejeitam. Esses trabalhadores temporários ficariam proibidos de requerer cidadania, e obrigados a voltar para seus países.

Projeto aprovado pela Câmara dos Representantes prevê a construção de uma cerca high-tech na fronteira meridional, e transforma em crime a imigração ilegal. O Senado concorda com a cerca, mas insiste em dar a imigrantes a possibilidade de cidadania.

Nem mesmo entre os governadores dos estados do Sul consenso sobre a decisão presidencial de mandar seis mil soldados da Guarda Nacional para reforçar a segurança na fronteira com o México. Não fariam falta no Iraque?

No país inteiro, imigrantes em situação irregular se ressentem das propostas, que consideram preconceituosas, e milhões saíram às ruas para protestar. Os líderes costumam sintetizar sua argumentação em duas perguntas. Por acaso foram os "ilegais" que jogaram aviões contra o World Trade Center? E a quem os americanos recorreriam para construir um novo?