O Globo,
Brazil
Bush Immigration Plan Acceptable to No One
EDITORIAL
Translated By Brandi Miller
May 18, 2006
Brazil - O Globo - Original
Article (Portuguese)
It's
no surprise that President George W. Bush has drifted off course on the
question of immigration. That's what happens when officials look to solve
complex problems by thinking of their own survival rather than the people's
interests. Faced with a divided Congress, under the weight of public opinion
that demands serious action, and cornered by gigantic demonstration by
immigrants that feel threatened, Bush is in search of common ground. And in his
effort to please everyone, he is making Democrats, religious voters and the
Latin American electorate unhappy.
On
one hand, he recommends tighter policing of the borders; on the other, he
proposes a law that offers illegal foreigners - numbering around 12 million -
the possibility of citizenship. And he reacts to critics by affirming that the
two measures are complementary and not mutually exclusive: "The United
States can at the same time be a society governed by law and a society of open
arms."
Another
solution is to grant a three-year stay to those that go the USA to perform jobs
that the Americans don't want. These temporary workers would be prohibited from
gaining citizenship and would have to return to their countries.
A plan
already approved by the House of Representatives is for the construction of a
high-tech fence on the southern border, and to make illegal immigration a
crime. The Senate already agrees with the fence, but insists on giving
immigrants the possibility of citizenship.
Not
even the governors of the southern states agree with the presidential decision
to send 6,000 National Guard soldiers to reinforce security on the Mexican
border. Wouldn't they be put to better use in Iraq?
Across
the country immigrants in a variety of situations resent these proposals, which
they consider prejudicial, and millions have already taken to the streets in
protest. Their leaders are used to summing up their arguments in two questions.
Were those that piloted planes into the World Trade Center "illegals?"
And whom did the Americans turn to for rebuilding?
Portuguese Version Below
Difícil solução
Não admira que o presidente George W. Bush tenha perdido o rumo na questão da política de imigração. É o que acontece quando governantes procuram resolver problemas complexos pensando mais na própria sobrevivência do que nos interesses dos governados. Diante do Congresso dividido, sob o peso da opinião pública que exige severidade, e acuado por gigantescas manifestações de imigrantes que se sentem ameaçados,
Bush tateia em busca de terreno comum. E em seu esforço para agradar a todos está desagradando a democratas, a correligionários e ao eleitorado de origem latino-americana.
De um lado, recomenda mais rigor no policiamento das fronteiras; de outro, propõe uma lei que ofereça aos estrangeiros em situação ilegal — calcula-se que sejam 12 milhões — a possibilidade de cidadania. E reage às críticas afirmando que as duas medidas são complementares e não excludentes: "Os Estados Unidos podem ser ao mesmo tempo uma sociedade sob o império da lei e uma sociedade de braços abertos."
Outra solução que apresenta é a de conceder licença de três anos a quem queira ir aos EUA fazer o serviço que os americanos rejeitam. Esses trabalhadores temporários ficariam proibidos de requerer cidadania, e obrigados a voltar para seus países.
Projeto já aprovado pela Câmara dos Representantes prevê a construção de uma cerca high-tech na fronteira meridional, e transforma em crime a imigração ilegal. O Senado já concorda com a cerca, mas insiste em dar a imigrantes a possibilidade de cidadania.
Nem mesmo entre os governadores dos estados do Sul há consenso sobre a decisão presidencial de mandar seis mil soldados da Guarda Nacional para reforçar a segurança na fronteira com o México. Não fariam falta no Iraque?
No país inteiro, imigrantes em situação irregular se ressentem das propostas, que consideram preconceituosas, e milhões já saíram às ruas para protestar. Os líderes costumam sintetizar sua argumentação em duas perguntas. Por acaso foram os "ilegais" que jogaram aviões contra o World
Trade Center? E a quem os americanos recorreriam para construir um novo?