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O resgate da economia nos EUA e o salve-se-quem-puder nos jornais

24/03/2009 – 02:55 – Caio Blinder, de Nova York

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NOVA YORK -Salvem os bancos, salvem o bônus de alguns e salvem até as montadoras. Mas para a indústria de jornais diários nos EUA é um salve-quem-puder.

Um deputado do estado de Washington, onde o “Seattle Post-Intelligent” parou de vez as máquinas (agora só online), jogou um verde. Disse que o Estado está resgatando empresas sem “nenhum valor social”, como a AIG e a Goldman Sachs, mas está permitindo que os jornais diários entrem no bueiro.

Mas em termos imediatos, ao contrário de tantos setores da economia na pindaíba, a indústria de jornais diários não deve esperar a chegada da ambulância de dinheiro do governo. E que seja assim. Já está um sufoco para muitos jornais vigiarem o governo com recursos mais escassos. Imagine se um diário recebe primeiros socorros governamentais? Como ele irá julgar com isenção os planos econômicos da equipe Obama?

A crise da mídia tradicional não deixa os nobres parlamentares tão antenados como outros setores. Mas isto pode mudar rapidamente nestes tempos tão voláteis da economia e do estado de espírito nos EUA. A preocupação no Congresso deve crescer diante do cenário de cada vez mais áreas metropolitanas sem um jornal impresso.

Basta ver que o distrito da presidente da Câmara, Nanci Pelosi, fica em San Francisco e a cidade maravilhosa da costa oeste americana corre o risco de ficar a qualquer momento sem nenhum jornal devido ao estado de coma do “San Francisco Chronicle”.

Para o meu alívio, o nobre “New York Times”, sofrendo barbaridades com a crise econômica e com os problemas estruturais da mídia tradicional, tem assumido um tom crítico em relação ao governo Obama. Influentes colunistas como Paul Krugman estão investindo contra os planos econômicos. O jornal abominado pelos conservadores como um papagaio dos liberais assim apregoa sua independência. Priceless, como alguns dos ativos tóxicos.

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