The United States and Boko Haram

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No seguimento dos seus esforços de reunir o maior número de contributos possível para pode combater com mais possibilidades de êxito o Boko Haram, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, acaba de conseguir o apoio financeiro do Banco Mundial para a reabilitação de algumas zonas do nordeste do país que haviam sido destruídas por aquele grupo terrorista.

O apoio foi confirmado ao Presidente nigeriano durante um encontro que este manteve em Nova Iorque com membros daquela instituição e constitui um primeiro passo, num eventual processo mais global de acordo que prevê também a ajuda financeira a outros projectos que visam reparar os estragos directos e indirectos que o terrorismo fez no país. Antes do encontro com membros do Banco Mundial, o Presidente Buhari foi também recebido na Casa Branca por Barak Obama, de quem também recebeu garantias de reforço do empenhamento por parte dos Estados Unidos nos esforços que estão a ser feitos na Nigéria para repôr a estabilidade nas regiões que têm estado a ser mais afectadas pelo terrorismo.

O resultado destes dois encontros afigura-se fundamental para os objectivos do novo Presidente nigeriano para levar por diante a sua promessa eleitoral – e depois reafirmada no discurso de tomada de posse – de neutralizar as actividades do grupo terrorista Boko Haram. Se, por um lado, o Banco Mundial aceitou financiar alguns projectos de reedificação de estruturas destruídas no nordeste do país, os Estados Unidos prometeram reforçar o seu apoio ao exército nigeriano para que a sua acção no terreno se possa revelar mais eficaz. Tanto num caso como no outro, estamos perante colaborações efectivas que mostram o interesse e a solidariedade internacional em relação ao muito que existe por fazer para cortar pela raíz os malefícios do terrorismo. Ao ajudar na reconstrução de algumas das estruturas destruídas pelos terroristas o Banco Mundial ajuda, decisivamente, o Governo nigeriano a devolver a esperança a parte da sua população e mostra, ao mesmo tempo, que as acções do Boko Haram não são definitivas mas sim temporárias e revertíveis graças à força da solidariedade humana. Por isso bem podem os terroristas, aqui e ali, deitarem por terra algumas esperanças humanas que, mais tarde ou mais cedo, a solidariedade e o empenho do Governo se encarregarão de as reedificar.

Já o apoio dos Estados Unidos se pode revelar muito mais activo do que reactivo, pois ele pode revelar-se determinante na antecipação de algumas acções que podem ajudar a salvar milhares de vidas humanas e a facilitar uma luta mais eficaz e directa contra os terroristas.

Os Estados Unidos já mantinham com o anterior Governo nigeriano, então liderado por Goodluck Jonathan, uma colaboração activa no que respeita ao fornecimento e gestão de informações obtidas pelos seus serviços de inteligência. No entanto, por razões que que a razão efectivamente desconhece, essas informações ou eram mal geridas ou revelaram-se de muito pouco utilidade para facilitar o combate exitoso contra o grupo terrorista.

Espera-se agora que a reafirmação do empenhamento norte-americano na ajuda à luta contra o terrorismo na Nigéria seja também o virar de página, o que a suceder permite uma gestão mais rigorosa e eficaz das informações recebidas para que o saldo final possa, também ele, ser muito mais positivo.

Mas é evidente para que os acordos estabelecidos possam ser aplicados com sucesso é inevitável que haja um empenhamento forte da parte de todos os envolvidos, sobretudo da entidade receptadora desse apoio. Os terroristas já mostraram estar bem organizados e que não se atemorizam com promessas e que podem até estar confiantes de poderem continuar a contar com alguma incapacidade daqueles que os dizem querer combater.

Um exemplo disso aconteceu ainda agora, pois ao mesmo tempo que o Presidente Buhari discutia com Barak Obama as novas balizas do apoio norte-americano um comando do Boko Haram atacou directamente a residência do novo chefe das Forças Armadas da Nigéria, empossado há menos de uma semana. A audácia deste ataque, de que ainda se sabem poucos pormenores, prova que os terroristas não se atemorizam com ameaças ou promessas, sendo certo e seguro de que só podem ser vencidos com firmeza e determinação.

A utilização de jovens raparigas como “bombas humanas” e a forma desapiedada como tratam as populações por eles visadas nas suas actividades criminosas diz bem do tipo de pessoas com quem os defensores da ordem têm que lidar para o restabelecimento da normalidade.

Até ao momento, a acção do Boko Haram, para lá dos milhares de mortos, causou também mais de um milhão de deslocados das suas zonas de origem e que anseiam pela criação de condições que possibilitem a sua recolocação.

É para reverter toda esta situação que tem que ser devidamente gerida, pelos responsáveis nigerianos, todas as ajudas que o presidente Buhari está a congregar para pode cumprir a sua promessa de colocar um ponto final nas actividadews terroristas no país.

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