Experience Gives Hillary Advantage Among Democrats

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Experiência dá a Hillary vantagem entre democratas

Pré-candidata mostra desenvoltura em debate na TV e se esquiva de perguntas difíceis sobre escândalo dos e-mails. Para analistas, Biden perdeu terreno na disputa

O primeiro debate entre os pré-candidatos do Partido Democrata às eleições presidenciais americanas revelou uma polarização entre Hillary Clinton e o esquerdista Bernier Sanders. Eles opuseram suas posições em questões centrais como a atuação dos grandes bancos, controle de armas, liberalização da maconha, raça e imigração. Analistas, porém, foram unânimes em apontar a vitória de Hillary, e muitos concluíram que o espaço para o vice-presidente, Joe Biden — que não participou do evento —, concorrer à indicação democrata ficou menor.

O debate, realizado em horário nobre pela CNN, obteve uma audiência estimada em 15,3 milhões de telespectadores, número recorde entre democratas, mas aquém do verificado nos dois entre os pré-candidatos republicanos — 24 milhões (Fox News) e 22,9 milhões (CNN), respectivamente, segundo dados da Nielsen. Analistas de mídia explicam a diferença pelo fato de que as discussões entre republicanos trazem figuras controversas e pitorescas, como Donald Trump, nem sempre preocupadas em manter a conversa num nível civilizado.

Com respostas afiadas, às vezes agressivas, Hillary mostrou segurança, revelando a vasta experiência política como um diferencial em relação aos rivais. De fato, sua carreira remonta ao período em que foi uma primeira-dama ativa, quando tentou lançar um programa de saúde nos moldes do atual Obamacare. Atuou ainda em importantes cargos no Legislativo e no Executivo.

Como senadora, apoiou a invasão do Iraque. Indagada sobre isso no debate, ela lembrou que foi questionada por Obama nos debates de 2008 quando os dois se enfrentaram, mas, depois que ele foi eleito, a convidou para ser secretária de Estado.

O suposto ponto fraco de Hillary, o escândalo do uso de conta de e-mail particular para assuntos da Casa Branca, quando atuou como assessora externa de Obama, foi minimizado, como uma bobagem, inclusive por seus oponentes. Até mesmo Trump admitiu que a senadora teve um bom desempenho no debate, afirmando à MSNBC que ela “fez o que tinha que fazer”.

O mediador, o âncora Anderson Cooper, da CNN, questionou o fato de Hillary se descrever como “progressista”, mas agir com moderação. “Sou progressista”, respondeu. “Mas sou uma progressista que gosta de ver as coisas realizadas. Sei como achar um meio-termo e sei como defender meu ponto.” Excluindo o que há de retórica de campanha nesta resposta, ela revela o pragmatismo de sua personalidade: defender suas posições — como maior controle na comercialização de armas —, mas estar aberta ao diálogo.

Ao se considerar os desafios internos e externos que esperam o próximo presidente americano, tal postura parece a priori ter mais chances de sucesso do que posições mais extremistas à esquerda ou à direita. Mas tudo na sucessão de Obama está apenas no começo.

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