Obama’s Uphill Battle to Emulate Bill Clinton

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A difícil luta de Obama para ‘repetir’ Bill Clinton

Atual presidente quer reeleição, como já fez seu ‘guru político, mas enfrenta crise econômica e críticas pela atuação em guerras

Washington (EUA) – O presidente dos EUA, Barack Obama, surpreendeu esta semana ao anunciar pela Internet, com 20 meses de antecedência, que vai se candidatar à reeleição e tentar repetir a façanha de Bill Clinton, único integrante do Partido Democrata a conseguir um novo mandato consecutivo desde a Segunda Guerra (1939/45). Mas o atual governante tem missão bem mais difícil do que seu guru político, que tocava saxofone e se metia em escândalos sexuais.

Ao que tudo indica, quando Obama finalmente subir aos palanques para seus famosos discursos, vai encontrar um clima bem diverso do que o de 2008, durante a chamada ‘Obamamania’, quando 20 mil pessoas se aglomeraram para vê-lo falar até na Alemanha durante a campanha eleitoral.

Para a professora de Relações Internacionais da ESPM-RJ, Andrea Ribeiro, ainda não há como fazer um prognóstico sobre um favorito. “O lançamento da campanha parece tentar resgatar o clima de esperança e de interação com o público de 2008. Os republicanos, porém, optaram por não lançar pré-candidatos e adotam a estratégia de esperar a imagem de Obama se desgastar mais antes que apareça um opositor forte”, diz ela.

Obama enfrenta críticas pela participação do país em guerras — Iraque, Afeganistão e agora Líbia. Além disso, há uma oposição à sua reforma no sistema de saúde americano. Ele também tem encontrado imensas dificuldades para aprovar seu orçamento e cumprir promessas de campanha, como o fechamento da prisão na Base de Guantánamo, em Cuba.

A maior pedra no sapato, porém, continua sendo a economia, apesar de os índices de desemprego e de consumo terem apresentado melhoras nos últimos meses.

As dificuldades na economia ainda incomodam tanto que voltaram a ser usadas como munição pelos republicanos, a exemplo do que aconteceu nas eleições legislativas do ano passado, tidas pelos adversários políticos de Obama como a prova de que o povo americano não tem gostado de sua administração.

Na ocasião, os democratas perderam a maioria da câmara.

No dia do anúncio da campanha de Obama, os republicanos lançaram um vídeo na Internet que continha críticas ao atual presidente. E uma alfinetada, no slogan: ‘A esperança não está contratando’.

Sem adversários, nem aprovação

Pesquisas de opinião indicaram que Obama venceria qualquer nome apontado como candidato republicano, como a ex-candidata a vice, Sarah Palin; o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney; e até o bilionário Donald Trump. Mas isso não quer dizer que a reeleição está encaminhada: só 41% dos americanos acreditam que ele deve ser reeleito em 2012, segundo a Universidade Quinnipiac.

Depois da metade de seu primeiro mandato, Bill Clinton, que governou o país entre 1993 e 2001, tinha índice de aprovação por volta dos 60%, enquanto o de Obama, no momento, está variando na casa dos 40%.

Serve como consolo para os democratas o fato de que George W. Bush também não tinha índice muito grande quando foi reeleito (48%). E também um fator financeiro muito importante. A campanha de Obama vai arrecadar até um bilhão de dólares, um recorde na História americana. Nas eleições de 2008, quando ele já tinha feito história pela interação com os eleitores, foram acumulados aproximadamente 750 milhões de dólares. Não é por falta de dinheiro, então, que os democratas vão perder as eleições no ano que vem.

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