Hillary quer implantar Bolsa Família
A pré-candidata Hillary Clinton, segundo lugar na corrida democrata para conquistar a indicação do partido nas eleições gerais dos Estados Unidos em novembro, guarda em seu programa de governo uma boa notícia para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: apoiará o programa Bolsa Família caso seja eleita.
A menção ao programa, uma das principais bandeiras sociais do governo Lula, é encarada pela ex-primeira-dama como prioridade para diminuir a pobreza no continente. Em sua plataforma eleitoral para a América Latina, Hillary escreve, na primeira pessoa, sobre a necessidade de reconstruir as relações de seu país com as nações da região.
“Eu vou apoiar programas que dão às famílias poder para construírem seus próprios futuros, como o Bolsa Família do Brasil”, afirma a senadora de Nova York. “Essas idéias de combate à pobreza podem ser colocadas em prática aqui, na nossa casa”, acrescenta.
No documento oficial em que Hillary Clinton menciona o Brasil, há quatro prioridades prometidas pela pré-candidata à Casa Branca: estimular governos democráticos na América Latina; contribuir para reduzir a desigualdade social da região em 50% até 2015; combater mudanças climáticas e fazer a reforma da imigração nos EUA.
“Isso significa um reconhecimento da importância do Brasil e apoio à sua agenda social. O apoio dela ao Bolsa Família mostra que os programas sociais do governo são mais criticados no Brasil do que fora”, afirma Cristina Pecequilo, doutora em Política Internacional pela USP e especialista em eleições nos EUA.
Se eleita, a senadora propõe criar o Fundo de Investimento Social e o Fundo de Desenvolvimento Econômico para as Américas, iniciativas defendidas por Lula desde seu primeiro mandato.
“Como presidente, eu vou dar à América Latina o respeito e a atenção que ela merece. Em colaboração com nossos parceiros da região, eu vou trabalhar duro para restaurar a credibilidade dos Estados Unidos e entregar resultados concretos para o povo da América Latina”, disse ela.
As palavras de Hillary têm também uma motivação estratégica. A população de origem hispânica nos EUA já atinge a marca dos 15% neste ano e é a faixa do eleitorado que mais cresce naquele país.
CRÍTICAS A BUSH
O objetivo da democrata é inverter as relações dos Estados Unidos com os países do continente. Com críticas duras ao governo George W. Bush, Hillary Clinton afirma que a política externa da administração republicana foi um verdadeiro fiasco.
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