Brazilian President Distances Himself From U.S. Campaign

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Planalto quer distância da campanha nos EUA

Planalto quer distância da campanha nos EUA

O Palácio do Planalto deveria procurar os candidatos à Presidência dos EUA para propor, desde já, parcerias para 2009-2012?

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) disse a este blog, em Nova York, que Brasília faz questão de ficar bem longe dessa disputa. “Lula é o presidente, eles são candidatos. Não é nosso papel procurá-los. Mas, se quiserem, Lula está sempre aberto a conversar.”

A única ponte Planalto-campanhas é o embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota, que mantém contato com os conselheiros dos candidatos para a América Latina, Daniel Restrepo (de Obama) e Otto Reich (de McCain). Quando perguntei a Restrepo, em Denver, quais perguntas Obama já lhe fez sobre o Brasil, ele não conseguiu citar nenhuma. Já Reich, em Saint Paul, foi mais direto: disse que a América Latina está longe de ser prioridade para McCain e que, na região, os países que despertam interesse de McCain são os inimigos, liderados pela Venezuela.

Há quem ache que o Brasil deveria aproveitar melhor a troca de governo para começar a negociar parcerias, que poderiam entrar no programa de governo dos candidatos. O colunista Clóvis Rossi é um deles. “Eu, se fosse Lula, ligaria para Barack e diria: “Companheiro, juntemos a fome com a vontade de comer e seus problemas acabarão”, escreveu Rossi na Folha, sobre uma possível parceria com o álcool brasileiro de cana-de-açúcar para que os EUA diminua sua dependência de petróleo do Oriente Médio (Obama é contra oferecer vantagens tarifárias para o nosso álcool, e amigão do peito dos produtores de álcool de milho americano, daí a importância de tentar vender o peixe).

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Perguntado por uma repórter da Agência Brasil se assistiria ao debate de sexta-feira, Amorim disse que isso dependeria dos filmes que estivessem passando na TV. “Ontem passou Casablanca. Eu gosto muito de cinema”, respondeu. Bom gosto cinematrográfico o de Amorim. Qual será seu paladar eleitoral? “Simpatia pessoal cada um tem a sua”, nos disse, sobre Obama e McCain.

Lula torce por Obama, segundo nosso colega Kennedy Alencar, por julgá-lo melhor preparado para tirar os EUA da crise.

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