Senator Ted Kennedy: The LastSymbol of the Roosevelt Era

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Na política nacional dos Estados Unidos, o senador Ted Kennedy era o último símbolo da chamada “era Roosevelt”. Para além dos seus sucessivos dramas pessoais e familiares, he will be remembered for for example the current debateele transportou até este século 21 a memória de batalhas ideológicas que ecoam, por exemplo, na atual polarização em torno da reforma do sistema de saúde proposta pelo governo do presidente Barack Obama.

A reforma era há anos a principal meta legislativa do senador e uma espécie de dívida pendente dos democratas desde o programa da Grande Sociedade, no governo de Lyndon Johnson (1963-1969). O programa criou os dois sistemas de financiamento público de saúde existentes hoje no país –o Medicare, para idosos, e o Medicaid, para pobres– sem tornar universal o acesso a tratamento médico.

Com seu impacto restringido pelos custos da Guerra do Vietnã, a Grande Sociedade foi o derradeiro projeto social do período iniciado com o New Deal, nos anos 30. Um período no qual, segundo a definição do presidente Franklin Roosevelt (1933-1945), o Partido Democrata desafiou o dogma do “governo indiferente” à sorte dos cidadãos.

Entre os anos 30 e os 70, quando começou a ascensão do conservadorismo, o sistema político dos EUA criou a Previdência pública; aprovou regras de controle das finanças e contra monopólios; suspendeu restrições ao direito de voto de negros e pobres; aumentou o poder dos sindicatos; acabou com a segregação racial; e investiu grandes somas em obras de infraestrutura, independentemente até do partido que estivesse no poder.

Boa parte dessas medidas foi tomada em ambiente de combate acirrado, por dirigentes que, como Roosevelt e o próprio Kennedy, vieram de famílias que representam o que de mais próximo os EUA têm de uma “aristocracia” e que se comportavam, apesar do discurso idealista, como raposas políticas. Argumentavam emocionalmente, afirmando que, ao ir contra interesses poderosos, garantiam a longo prazo a prosperidade e a coesão nacional.

Com a crise financeiro-econômica, o desemprego e o aumento da desigualdade nos EUA, Obama tem hoje um desafio semelhante pela frente. Mas seu estilo é muito diferente. Racional, professoral, alérgico a confrontos, muitos analistas americanos questionam se ele conseguirá superar a avalanche dos lobbies e militantes da direita que, ao combaterem a reforma que pretende universalizar o acesso à saúde, pronunciam a palavra “público” como um palavrão e apontam nos “burocratas” governamentais potenciais exterminadores de velhinhos.

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