Is Obama Back?

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04/06/2010-00h03

Obama voltou?

Deu no “New York Times”: “É necessária uma nova abordagem israelense para Gaza”, dizem autoridades americanas.

A reportagem se refere ao ataque de Israel à flotilha que levava ajuda humanitária para Gaza. É um bom sinal o governo Obama falar em nova abordagem. Aliás, a nova abordagem deveria valer para toda a política externa americana, hoje conduzida pela secretária de Estado, Hillary Clinton.

Quando se elegeu, Obama fez acenos para o mundo islâmico e prometeu uma outra visão sobre o conflito entre israelenses e palestinos. Mas Hillary vem aplicando a mesma velha política. Uma política que não tem apresentado resultado.

Nesse contexto, foi positivo o acordo que Brasil e Turquia fizeram com o Irã. Pode não ser uma maravilha, mas é um avanço. O presidente Lula está certo ao insistir na ampliação de canais de diálogo com forças autoritárias e fundamentalistas. Obviamente, é preciso que haja um limite e que ocorram pressões para abertura política e menor radicalização. A partir de determinado ponto, se não houver concessões, existe sempre a opção de aplicar a política do porrete.

Lula deve pressionar Mahmoud Ahmadinejad a libertar presos políticos e a acabar com a repressão a opositores no Irã. O Brasil deve insistir no fim de atos terroristas palestinos. Mas deve, sim, dialogar com essas forças. A tática de emparedamento só resultará em maior radicalização. Israel e os EUA também devem ser cobrados a dar as suas contrapartidas.

Barack Obama ganhou um prêmio Nobel da paz porque se dispôs a comprar brigas com seus radicais. Depois, foi migrando para uma posição mais conservadora. Pode ser uma tática para obter a reeleição em 2012 e voltar a ser Barack Obama.

Por ora, Hugo Chávez tem razão: há dois Obamas.

Tomara que prevaleça o Obama disposto a abandonar a estratégia de guerra ao terror, entre outras políticas que têm dado resultado zero. Seria uma ótima notícia para o mundo o retorno daquele candidato democrata que defendia novas abordagens para velhos problemas.

Registro histórico

Um alto integrante da campanha de Serra diz que ele nunca cogitou convidar a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para companheira de chapa. Tampouco foi séria a possibilidade de José Roberto Arruda, quando governador do Distrito Federal e membro de cúpula do DEM, virar vice do tucano.

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