Dilma cá, Obama lá
A fraca recuperação da economia americana fez aniversário por esses dias. Foi quando o país começou a sair, em 2009, da maior crise financeira de sua história desde os anos 1930.
O presente de aniversário pelo primeiro ano não é bonito. As Bolsas mundias já refletem isso.
Dados recentes mostram de forma inequívoca que o principal problema, o colapso do mercado imobiliário, está longe de sanado.
Para recordar, foi o estouro da “bolha imobiliária” nos preços dos imóveis que levou mutuários a ficar inadimplentes com bancos, com dívidas maiores que o valor de suas casas.
Com isso, os bancos se recolheram, secando drasticamente o crédito ao consumo (que, por sua vez, responde por mais de 70% da formação do PIB dos EUA).
Todos os grandes pacotes de estímulo estatais adotados desde então estão chegando ao fim. E a atividade do setor privado não dá conta da recuperação.
É como numa corrida em equipe. O Estado tentou passar o bastão para o setor privado, mas ele não teve forças para seguir em frente.
Com o fim da ajuda trilionária a quem estava sem condições de pagar financiamentos imobiliários, o mercado residencial voltou a entrar em colapso. As vendas de casas caíram 27% em julho, o maior tombo já registrado.
Outras áreas da economia também dão novos sinais exaustão com o fim dos efeitos do pacote de estímulo de US$ 787 bilhões aprovado pelo Congresso em 2009.
Com o desemprego rondando os 10%, há pouquíssimas chances de a área privada conseguir levar essa corrida adiante.
Barack Obama tem, portanto, sérios problemas pela frente. O Partido Republicano, adversário dos Democratas, tem chances de reconquistar nas eleições legislativas de novembro a maioria na Câmara e no Senado.
Se isso ocorrer, são mínimas as chances de Obama aprovar um novo pacote de resgate econômico.
O mais provável é que os republicanos mantenham o presidente e a economia de joelhos até 2012, quando haverá eleições presidenciais.
Segundo nova pesquisa, a maioria da população (52%) já desaprova o governo de Obama. Há 20 meses, ele assumiu a Casa Branca ovacionado por 2 milhões de pessoas no Washington Mall.
No Brasil, a economia pode vencer a eleição para Lula e Dilma.
Para Obama, o quadro é de cada vez menos tempo e esperança.
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