Da Flórida ao Alaska – Notícia não é a derrota de Obama, mas a vitória dos republicanos
Barack Obama viu o seu partido ser derrotado nas eleições de meio de mandato, conforme era esperado. A performance repete o fracasso inicial de quatro dos cinco últimos ocupantes da Casa Branca. Jimmy Carter (1977-81) perdeu. Ronald Reagan (1981-89) perdeu . George Bush (1989-93), o pai, perdeu. Bill Clinton (1993-2001) perdeu. Apenas George W. Bush (2001-2009) venceu.
E, dos quatro derrotados, dois venceram as eleições dois anos mais tarde. No caso de Reagan, conquistando 49 dos 50 Estados americanos em uma das mais arrasadoras vitórias da história. Assim como Clinton, o ex-ator de Hollywood está no panteão dos presidentes mais populares dos Estados Unidos. Quer mais? Reagan voltou a perder nas eleições do meio do seu segundo mandato e, 24 meses depois, seu vice (Bush pai) era eleito para sucedê-lo.
O mais impressionante é que as margens das derrotas de Carter e Bush (o pai) nas eleições para o Congresso foram bem inferiores às de Clinton e Reagan. Apesar do melhor resultado, os dois não conseguiram se reeleger. Portanto, a péssima performance dos democratas pode não ser a sentença de morte de Obama.
Daqui dois anos, Obama poderá ser reeleito independentemente da derrota dos democratas nas eleições de ontem. Tudo dependerá da economia. O mesmo se aplica a quase todos os países do mundo, inclusive o Brasil. Se a economia vai bem, os governistas tendem a vencer. Se for mal, perdem. O presidente americano, hoje, administra uma economia com uma taxa de desemprego de quase 10%. Obviamente, sua popularidade está em queda. E isso afetou, em parte, o resultado democrata.
Mas, em vez de ficarmos falando em derrota de Obama, temos que afirmar claramente que esta foi uma vitória dos republicanos. Não podemos esquecer que os opositores fizeram uma campanha melhor, mais organizada. Além disso, as eleições de ontem foram locais. Questões estaduais e a figura dos candidatos também afetam o resultado. Os nomes republicanos agradavam mais aos eleitores. E as soluções propostas pelo GOP para os problemas dos EUA estão mais em sintonia com a maioria dos americanos.
Segundo o analista David Brooks, que apesar de ser do New York Times segue uma linha conservadora, existe uma mania de achar que vitória dos democratas são “da esperança” e, dos republicanos, “da raiva”. Os republicanos ganharam. Ponto final. Goste ou não, este foi o resultado.
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