The Tragedy of Iraq

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A semana passada a ONG sueca Wikileaks divulgou um relatório sobre as inúmeras atrocidades cometidas pelo exército dos EUA durante a ocupação criminosa do Iraque. E as próprias autoridades iraquianas afirmaram publicamente que tal relatório não continha surpresas pois era notório que a invasão americana (2003-2209) foi um ato deliberado de violação do direito internacional e dos direitos humanos.

Em setembro de 2001 ocorreu o ataque suicida de dois aviões comerciais americanos contra as torres gêmeas do World Trade Center em New York, fato amplamente filmado e divulgado por toda a imprensa. Importante lembrar que não houve registro fotográfico de um suposto ataque contra o Pentágono e de um quarto avião que teria sido derrubado nos arredores da Pensilvânia, nos EUA.

Rapidamente o governo do presidente George Bush declarou que tal agressão tinha sido orquestrada pela Al-Qaeda e pelo líder iraquiano Saddam Hussein. Foi o suficiente para os EUA deflagrar uma invasão, sem autorização da ONU, ao país árabe. As razões eram: o Iraque era uma ditadura, o governo desse país descumpriu normas do Conselho de Segurança da ONU e Saddam Hussein tinha armas de destruição nuclear prontas para serem usadas. O fato é que a maior ditadura do Oriente Médio era e continua sendo a Arábia Saudita onde não existem partidos de oposição, não existem sindicatos, onde nem o Crescente Vermelho (Cruz Vermelha do mundo árabe) tem liberdade de ação, não existe poder legislativo independente e todo poder está na mão do rei Abd Al Aziz Al Saud.

O único país do Oriente Médio que tem armas de destruição em massa é Israel onde Mordechai Vanunu (técnico nuclear judeu) que foi preso pelo seu próprio governo ao revelar ao mundo a extensão do programa nuclear israelense estabelecido em Negev. E, por fim, o país que mais desrespeita as normas da ONU é a própria nação israelense que até hoje ocupa os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia sem dar margem para a criação do Estado Palestino.

Tanto a Arábia Saudita quanto Israel são aliados de longa data do governo dos EUA. O primeiro por causa do petróleo e Israel por sua força política. Todos os argumentos do governo americano são, portanto, falsos. O real interesse americano era a reserva de petróleo iraquiana de mais de 115 milhões de barris de óleo da melhor qualidade.

O que seguiu após a invasão americana foi um verdadeiro banho de sangue onde mais de 600 mil iraquianos foram assassinados ou morreram devido à destruição da infraestrutura civil. Mas o pior de tudo foi a revelação dos assassinatos e torturas cometidos por marines dentro da prisão de Abu Ghraib onde mais de mil iraquianos foram presos, torturados e assassinados. Os que sobreviveram a este inferno foram enviados para a prisão de Guantánamo em Cuba onde continuam presos sem direito a advogado e em completo desrespeito às normas da Convenção de Viena. Tudo por ordem de Bush e do seu secretário de defesa Donald Rumsfeld.

Que Saddam Hussein era um líder despótico não é novidade alguma, o fato é que como ele Mohamed Suharto da Indonésia invadiu o Timor Leste em 1975 e orquestrou o genocídio de mais de um milhão e meio de pessoas indefesas e nem a ONU nem o governo dos EUA fizeram nada para impedir. Suharto morreu impune em 2008. A invasão do Iraque vai ficar na história como mais um capítulo do imperialismo americano e da omissão da ONU.

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