Obama aumenta pressão sobre primeiro-ministro de Israel
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chega a Washington em meio a uma grande pressão provocada pelo discurso do presidente norte-americano Barack Obama, na última quinta-feira (19), quando ele apoiou a criação de um Estado palestino baseado nas fronteiras de 1967. Este é o sétimo encontro entre os dois líderes políticos. E o primeiro-ministro já vinha sendo criticado por sua imobilidade diante do cenário de mudanças que vem ocorrendo no Oriente Médio nos últimos meses.
Quando o movimento palestino Fatah, que administra a Autoridade Palestina na Cisjordânia, anunciou no mês passado um acordo com a organização islâmica Hamas para formar um governo de união nacional, Netanyahu acreditou ter ganho um presente justamente na véspera da visita a Paris e Londres. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, podia escolher entre a paz e o Hamas, preferindo o lado errado, segundo deixou vazar o governo de Israel. Esta era, aliás, mensagem que o primeiro-ministro queria levar ao mundo. Só que o primeiro-ministro passa a encontrar um contexto no qual Israel está cada vez mais isolado e, ele, pessoalmente, criticado por comentaristas israelenses como carente de idéias.
Anteriormente, Netanyahu havia apontado a falta de união palestina como uma demonstração de fraqueza. Agora, se a união palestina se confirmar na prática, o primeiro-ministro israelita poderá enfrentar uma crise ainda maior. No início desta semana, antes do discurso de Obama, Abbas deixou claro que se as negociações de paz não forem retomadas, irá à Assembléia Geral da ONU em setembro, para buscar o reconhecimento internacional a um Estado palestino independente.
Estados Unidos não entendem a realidade, diz Israel
Poucas horas antes do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Nertanyahu, desembarcar na capítal americana, nesta sexta-feira (20), Israel divulgou nota afirmando que os Estados Unidos “não entendem a realidade”, rebatendo a afirmação de Obama de ser a favor da criação de um Estado palestino baseado nas fronterias de 1967.
Apesar da visita à Obama, o primeiro-ministro de Israel mantém uma relação tensa com o presidente americano e disse que a idéia do presidente americano do Estado palestino pode deixar Israel com “fronteiras indefensáveis”. “Há uma sensação de que Washington não entende a realidade, não entende o que enfrentamos”, disse um integrante da comitiva do primeiro-ministro durante viagem para a capital americana.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse ainda que “não podemos varrer determinadas coisas para debaixo do tapete”, ao justificar sua dura reação ao discurso do presidente norte-americano.
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