O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) ironizou a declaração do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que minimizou ontem o peso dos países emergentes no declínio da influência dos EUA e Europa no mundo.
“Não deixa de ser interessante que o presidente Obama e o primeiro-ministro David Cameron se sintam na obrigação de explicar que existem outros atores como China, Índia e Brasil no cenário internacional, que desempenham um papel importante na busca de soluções para desafios globais”, afirmou Patriota nesta quinta-feira (26) em coletiva de imprensa, após reunião com a chanceler espanhola, Trinidad Jiménez.
Em visita a Londres, o presidente americano reconheceu o crescimento dos países emergentes, mas ressaltou que EUA e Europa continuam desempenhando papel de liderança.
“Dizem que essas nações representam o futuro e que o tempo de nossa liderança já passou. Esse raciocínio está errado. O tempo para a nossa liderança é agora”, disse o americano.
Patriota afirmou que a declaração de Obama “não deixa de ser um reconhecimento, ainda que indireto”, à importância dos emergentes.
FMI
Questionado sobre a representação dos países emergentes em organismos internacionais como o FMI (Fundo Monetário Internacional), que elege um novo diretor no próximo mês, Patriota citou as declarações do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e do ministro Guido Mantega (Fazenda), que defendem uma escolha baseada no mérito e não apenas na origem europeia de um determinado candidato.
“Nós estamos engajados numa busca de consenso que prepare o FMI para desempenhar [o seu papel] de maneira equilibrada e mais sintonizada com os desafios contemporâneos.”
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