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Posted on June 2, 2011.
Os Estados Unidos estão em uma – encruzilhada: precisam de mais capital para investimento e, assim, fazer a economia deslanchar, mas não podem inflar demais o nível de endividamento – que bateu no teto do limite legal este mês, chegando a US$ 14,3 trilhões (R$ 23,2 trilhões). O prazo final para que saia uma decisão a esse respeito é o dia 2 de agosto. Até lá, o presidente Barack Obama precisará encontrar uma fórmula que cale os republicanos: eles querem vincular o aumento da dívida a cortes mais profundos no orçamento, possibilidade que os democratas rejeitam. Atualmente, a oposição republicana é quem controla a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil).
Se essa situação toda fosse um jogo de azar, a aposta seria que os norte-americanos irão, sim, se endividar mais e aumentar seus déficits fiscal e comercial. A explicação para essa tendência é simples: as eleições do ano que vem.
Nesse ponto, mais uma vez, o governo de Obama enfrenta novo dilema: se não elevar o teto de endividamento pode enfrentar reação do mercado e disparar um gatilho que causará sérios danos à economia do país, e, se permitir essa alteração, ficará à beira de uma nova crise. Muitos já dizem que o alto grau de endividamento norte-americano deve causar uma turbulência pior do que a vista em 2008, com o subprime. Uma nova crise pode ser fatal à maior economia do mundo: na semana passada, o Departamento de Comércio confirmou que o crescimento dos Estados Unidos desacelerou no primeiro trimestre de 2011. Nos três primeiros meses do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,8% em ritmo anual, confirmando o número divulgado no mês passado. No quarto trimestre de 2010, o PIB norte-americano havia subido 3,1%. A reverberação de uma nova crise em uma economia que ainda patina enterraria de vez o sonho americano de reestruturação e arrastaria todas as outras economias do mundo. Esse cenário seria devastador porque a Europa ainda luta para sair do caos em que se encontra há pelo menos dois anos. E, novamente, ter nos emergentes o motor econômico global é contar mais com a sorte do que com a prática. Certo é que se Obama quiser continuar no comando do país, terá de fazer a máquina norte-americana funcionar. Mas essa tarefa é para poucos.
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