Vale a pena fazer uma pausa nos assuntos brasileiros e prestar atenção em Ron Paul, o queridinho dos fanáticos do mercado nas primárias americanas.
Considerando a facilidade dos brasileiros para importar idéias ruins, em breve teremos seus descendentes em circulação por aqui.
Se você ainda não entendeu que as idéias anti-Estado em circulação, em nossa época histórica, representam um movimento que leva à anti-democracia, só precisa acompanhar os movimentos de Ron Paul.
Ele quer abolir o Banco Central americano, com o argumento de que representa uma interferência indevida do Estado na vida do cidadão comum. (Eu acho que ele só quer liberar de vez o mercado financeiro mas você pode dizer que isso é uma questão de interpretação. Risos).
Até aí, só parece uma versão mais radicalizada da idéia de que os mercados são capazes de se auto-regulamentar e que o progresso humano é resultado da liberação dos egoísmos individuais, como dizia Adam Smith, ainda no século XVIII.
A coisa já fica um pouco mais complicada quando se descobre que Ron Paul também defende a abolição da legislação dos direitos civis, de 1964, a primeira que protege o país contra os crimes de racismo. Vamos esclarecer. Ele não questiona a legislação sobre cotas, que rende polêmica até hoje e é combatida pela maioria dos políticos republicanos. Seu ponto é anterior.
Ele questiona a idéia de que se possa punir crimes considerados racistas e que o Estado deva tomar medidas contra discriminação.
Até aqui, temos o seguinte: o Estado não pode ter um banco para definir os juros, proteger o emprego e a moeda, como está inscrito no estatuto do Federal Reserve. Fazer isso é interferir na liberdade do mercado.
A legislação dos direitos civis interfere na liberdade dos cidadãos. Liberdade para quê mesmo?
Descobriu-se, recentemente, que Ron Paul matinha uma longa correspondencia junto a eleitores, e que ali se alimentava o racismo contra negros e também contra judeus.
Entre seus aliados de campanha — que tem mais liberdade para dizer com clareza aquilo que o candidato não afirma de maneira explícita — há quem se queixe que o Federal Reserve seja dirigido “por judeus” ou que considere Martin Luther King uma presença lamentável na história americana.
Diante de revelações tão constrangedoras, Ron Paul tem dito que não era o autor desses textos racistas, que atribui a assessores que escreviam aquilo que não pensava. A credibilidade das explicações é baixa, já que os textos foram divulgados em seu nome, por mais de dez anos.
Outro aspecto é que estes argumentos são coerentes com visão principal dos fanáticos do mercado, para quem os direitos do indivíduo estão acima dos direitos da coletividade.
Para impedir a ação do Estado em nome da liberdade de cada um, sua proposta chega à fronteira do crime.
Nessa visão de mundo, nenhuma lei tem o direito de impedir um ser humano de impor seus interesses e vontades sobre outro ser humano. Isso inclui, naturalmente, formas selvagens e inaceitáveis de coerção, desde que sejam feitas de forma privada e não pelos poderes públicos, considerados malignos por natureza.
Embora se apresente como advogado da liberdade individual, Ron Paul defende o governo do mais forte. É o candidato do capitalismo selvagem.
Let this piece be proof that I (Watching America’s founder) don’t impose my own views on this site’s attempt to capture global opinion fairly – for good or ill, and however wrong it may be. In my opinion, this article is about as misinformed as anything is possible to be.
The sentence “In this vision of the world, no law has the right to impede a human being from imposing his interests and will over another human being” is not only a misrepresentation of Ron Paul’s views: it is the very opposite of them.
To understand what Ron Paul is really about, go here: http://www.huffingtonpost.com/robin-koerner/ron-paul-and-the-love-rev_b_861399.html
agreed. this article misrepresents ron paul. he is about all about peace and common sense. but then again all politicians have an agenda.