Let’s Call It a Day and Make the Call for Him in 2012

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Posted on January 8, 2012.

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Texto-saideira de 2011, em clima de happy hour (nada muito sério, apenas uma provocação).  Vamos chutar o balde, chutar com ele, para ele, o inevitável Barack Obama. Se o mundo não acabar em 2012, a Europa não implodir e o Oriente Médio não explodir, a eleição presidencial americana será o maior espetáculo da Terra. E vendo deste final de dezembro de 2011, Obama ficará no trono, será o dono da festa, festa inglória, patética, em um país que se arrasta na economia, mas dá sinais de que ao menos não empaca, apesar da exasperante paralisia política.

E caso as coisas não piorem, pode até se firmar a sensação entre os americanos de que tudo é tolerável, até Obama, mesmo com dívida de US$ 15 trilhões, desemprego na faixa dos 9% e crescimento de 1.3%. Obama deu uma subidinha nas pesquisas nas últimas duas semanas. Nada fenomenal e existe até uma pesquisa na praça mostrando que o republicano Mitt Romney derrotaria o presidente democrata por seis pontos em novembro próximo.  Pesquisas presidenciais são muito prematuras.  Mais interessante é registrar que o populismo de Obama na base de nós (a classe média) contra eles (os republicanos a favor dos milionários) está surtindo efeito. O presidente está até um pouco mais relaxado (férias havaianas), embora mantenha a cantilena do oh vida! oh azar!

Falando em azar,  eu cheguei no ponto: Obama, antes de tudo, é um sortudo, um rabudo. Vamos lá atrás na história para mostrar a sorte de Obama, como ela ajudou na sua carreira política, além da narrativa de filho-de-mãe-branca-do-Kansas-e-pai-negro-do-Quênia-nascido-no-Havaí. Na candidatura ao Senado pelo estado de Illinois em 2004, o caminho foi aberto para Obama por escândalos envolvendo o oponente democrata nas primárias e o adversário republicano inicial nas eleições. Em 2008, no pleito presidencial, Obama enfrentou o republicano John McCain, um ícone em questões de segurança nacional, mas pouco chegado em economia, numa campanha que na reta final foi dominada pela pior crise econômica desde a Grande Depressão. Obama ao menos parecia inteirado do assunto. Sorte dele.

E a sorte continua. Pouca coisa impulsiona tanto Obama agora como o desempenho dos republicanos. É esta gente (estes Hermans Cains, estas Micheles Bachmanns) que aparece do nada, ganha uns minutos de fama e desaparece. Sempre tem o Mitt Romney no palco do reality-show republicano, mas ele ainda não impressiona a base. E ainda por cima, os republicanos parecem fazer o que podem para jogar os independentes e moderados nos braços de Obama com o radicalismo primário. Na expressão da revista The Economist, o Partido Republicano hoje não é regido por princípios, mas por fatwas. A sorte democrata pode aumentar se lá da banda extremista da direita despontar um candidato dissidente que sugue votos republicanos em novembro próximo, alguém como Ron Paul. Com estes inimigos, Obama precisa de poucos amigos.

Leitores de memória longa poderão me chutar (figurativamente) em menos de um ano caso eu tenha errado o meu chute. Obviamente. a eleição não está no papo para ninguém, mas em mais uma variação da frase do bruxo eleitoral James Carville, para Obama, é a sorte, estúpido!

E para todos vocês, leitores de memória longa ou curta, mais cativos ou não, obamistas ou não, militantes ferrenhos ou ardorosos independentes e gente que não acorda pensando em salvar ou destruir o próximo, eu desejo boa sorte e uma boa vida em 2012.

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