To seal the rapprochement between the United States and Brazil, President Barack Obama should receive President Dilma Rousseff at the White House with a present: waiving the visa requirement for Brazilians entering the United States.
Rousseff will be in the United States from April 9–11. She will have a bilateral meeting with Obama in the White House. She will also go to Cambridge, Massachusetts to visit Harvard University and to discuss scholarships for Brazilians in the Science without Borders program.*
Obama has made the sale and exportation of American products in general one of the main points of his economic recovery program. The scholarship plan of President Rousseff is great news for the Americans, because it will bring a lot of revenue to American universities.
Including Brazil in the Visa Waiver Program would be another wise move.
Nowadays Brazilians are the tourists who spend the most in the United States — on average, $5,000 each trip, including travel and expenses. In spite of this, Brazilians are required to submit to lines at the consulate, the pains of interviews with dispatchers, and general bureaucracy to spend their dollars in Miami.
According to the most recent data of the Office of Traveling and Tourism, from January to November last year, 1,500 Brazilian tourists were in the USA, an increase of 28 percent. Brazil is the seventh-largest source of tourist dollars in the USA, the first being Canada, followed by Mexico and Great Britain. Citizens of these countries are not required to have a visa to enter the U.S.
At this time, 36 countries are in the Visa Waiver Program, which allows their citizens to travel for tourism or business for up to 90 days. To be accepted in this program, one of the prerequisites is that the country has an approval rate of 97 percent of its applicants for visas. Today, 95 percent of Brazilians who apply obtain visas.
The obstacle is the lack of security in the Brazil, which might motivate people from other countries to use it as a trampoline to enter the USA. The security of passports and identification cards and the control at the borders are considered insufficient.
The paranoia over the supposed presence of Hezbollah in Brazil seems to have echoes also.
Recently at Disney World, Obama announced that he would be expediting visas for Brazilians, reducing the waiting period for getting them.
But still the bureaucracy of interviews and lines will continue.
A waiver of visas would indeed make a difference.
It would not be the first time a Latin American country would have visas waived — Argentina and Uruguay once managed to be part of the program, but were excluded in 2002 and 2003 after the financial crises hit them.
Some countries in Central and Western Europe, such as Hungary, Lithuania, Estonia and Slovakia, were entered in the Visa Waiver Program. Political considerations contributed greatly to this — it was part of a diplomatic offensive by the U.S. to bring the former satellites of the former Soviet Union closer.
If the United States really wants to make a gesture of rapprochement with Brazil, and elevate it to the position of a strategic partner, as was done with India (for whom Obama openly backed getting a permanent seat on the United Nations Security Council in Nov. 2010). Washington could begin by including Brazil in its Visa Waiver Program. And maybe, who knows, follow this with support for it having a permanent seat on the United Nations Security Council.
But it is unlikely that this will happen.
Bill Burns, deputy secretary of state and adviser to Hillary Clinton, will come to Brazil on Feb. 29 "to prepare the ground" for Rousseff's visit to Obama in April.
Beyond the traditional bilateral issues — cotton, ethanol, energy cooperation, elimination of double taxation — the Americans want to discuss the privatization of airports. American businesses that are service providers, such as food providers, are very interested.
But Brazil's action in multinational forums is another focus: Washington resents what it considers to be "automatic vetoes" to sanctions against Syria and Iran. For the USA, Brazil has an increasingly large role in the international arena and the United States should "make the best use" of this importance. Brazil's participation as a force for peace as part of MINUSTAH** and in the Libyan intervention are considered examples of this.
*Translator's note: The Brazilian government's Science without Borders program will provide scholarships to undergraduate students from Brazil for one year of study at colleges and universities in the United States.
**Translator's note: MINUSTAH is an acronym for the French Mission des Nations Unies pour la stabilization en Haiti, or The United Nations Stabilization Mission in Haiti, which has been in operation since 2004.
Para selar a reaproximação entre Estados Unidos e Brasil, o presidente Barack Obama deveria receber a presidente Dilma Rousseff na Casa Branca com um presente: a dispensa de visto para brasileiros entrarem na América.
Dilma estará nos EUA entre os dias 9 e 11 de abril. Terá uma reunião bilateral com Obama na Casa Branca. Deve ir também a Cambridge, Massachusetts, para visitar a Universidade Harvard e discutir as bolsas para brasileiros no programa Ciências sem Fronteiras.
Obama fez da exportação e venda de produtos americanos em geral um dos principais pontos de sua agenda de recuperação da economia. O programa de bolsas da presidente Dilma é ótima notícia para os americanos, pois vai trazer grande receita para universidades do país.
Incluir o Brasil no "Visa Waiver Program" seria outro lance acertado.
Hoje em dia, os brasileiros são os turistas que mais gastam nos Estados Unidos --em média, US$ 5 mil por viagem, incluindo passagem e despesas. Apesar disso, os brasileiros são obrigados a se submeter a filas no consulado, achaques de despachantes e burocracia generalizada para gastar seus dólares em Miami.
Segundo os dados mais recentes do "Escritório dos Setores de Viagens e Turismo", de janeiro a novembro do ano passado, 1,5 milhão de turistas brasileiros foram aos EUA, uma alta de 28%. O país é a sétima maior fonte de turistas dos EUA. A maior é o Canadá, seguido de México e Grã-Bretanha - nenhum deles precisa de visto.
Hoje em dia, 36 países estão dentro do programa de dispensa de visto, que permite a seus cidadãos em viagens de turismo ou negócios permanecer no país por até 90 dias.
Para ser aceito no programa, um dos pré-requisitos é que o país tenha uma taxa de aprovação de seus solicitantes de 97%. Hoje, 95% dos brasileiros que tentam obter visto conseguem.
Mas esse é apenas um dos critérios e não é o mais importante, segundo fontes do governo americano. A maior preocupação hoje não é a imigração ilegal de brasileiros (que diferença em relação à era de ouro de imigração de brazucas de Governador Valadares).
O entrave é a falta de segurança no país, que incentivaria cidadãos de outros países a usar o Brasil como trampolim para entrar nos EUA. A segurança de passaportes e carteiras de identidade e o controle nas fronteiras são considerados insuficientes.
A paranoia sobre a suposta presença do Hezbollah no Brasil parece ter ecos também.
Recentemente, Obama anunciou, na Disney World, que iria agilizar os vistos para brasileiros, reduzindo tempo de espera para obtenção de visto.
Mas não se trata de uma mudança substantiva. O Departamento de Estado já vinha trabalhando desde o ano passado para agilizar o processo de visto e aumentar o número de funcionários.
Vai continuar existindo a burocracia das entrevistas e filas.
A dispensa de visto, esta sim, faria a diferença.
Não seria a primeira vez que um país latino-americano seria dispensado de visto --
Argentina e Uruguai chegaram a fazer parte do programa, mas foram excluídos em 2002 e 2003, depois das crises financeiras que os atingiram.
Alguns países da Europa Central e do Leste, como Hungria, Látvia, Lituânia, Estônia e Eslováquia, entraram no "visa waiver". Considerações políticas contribuíram muito para isso - fazia parte de uma ofensiva diplomática dos EUA para se aproximar de ex-satélites da ex-União Soviética.
Se os EUA quiserem mesmo fazer um gesto de aproximação com o Brasil, e alçá-lo à posição de parceiro estratégico, como fizeram com a Índia (que o presidente Obama apoiou abertamente para um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU em novembro de 2010), Washington poderia começar incluindo o país no programa de visa waiver. E talvez, quem sabe, seguir com um apoio a um assento permanente no CS da ONU.
Mas é pouco provável que isso aconteça.
Bill Burns, subsecretário de Estado, vice de Hillary Clinton, vem ao país dia 29 de fevereiro, "preparar o terreno" para a visita de Dilma a Obama em abril.
Além de questões bilaterais tradicionais --algodão, etanol, cooperação energética, eliminação da bitributação, americanos querem discutir a privatização dos aeroportos. Empresas americanas que atuam como prestadoras de serviços, como as fornecedoras de alimentos, estão muito interessadas.
Etanol saiu um pouco da agenda, depois que a tarifa sobre importação e o subsídio para o álcool de milho não foram prorrogados, no fim do ano passado. Além do mais, o Brasil mal está conseguindo abastecer o mercado interno, que dizer de exportar.
Mas a atuação do Brasil em foros multilaterais é outro foco: Washington se ressente do que considera serem "vetos automáticos" a sanções contra Síria e Irã. Para os EUA, o Brasil tem um papel cada vez maior no cenário internacional, e deveria fazer "melhor uso dessa importância". As atuações do Brasil no Haiti, na força de paz Minustah, e na intervenção na Líbia são consideradas exemplares.
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