Netanyahu and Romney

<--

Netanyahu & Romney

A retórica beligerante iraniana aumentou nos últimos dias (sim, isto é possível), com o início do embargo petrolífero europeu e a falta de perspectivas nas negociações nucleares com a comunidade internacional (com as acusações de propósitos militares, o que é negado por Teerã). Temos as promessas iranianas de lançar mísseis e destruir 35 bases americanas no Oriente Médio e Ásia Central, em questão de minutos. Também foram realizados novos testes com mísseis, capazes de atingirem Israel. E na fuzilaria de bravatas, há as renovadas ameaças de fechamento do estreito de Ormuz, por onde passam 20% do petróleo comercializado no mundo. Tudo isto se houver um ataque dos EUA ou de Israel às instalações nucleares iranianas.

E o ataque vem ou não vem? Existe a teoria de que o presidente Barack Obama (que de vez em quando lembra que todas as opções estão na mesa) faz o que pode para conter os ímpetos israelenses pelo menos até a eleição de novembro (e sua reeleição). E o que o oponente republicano Mitt Romney acha de tudo isso?

Meu guru para assuntos nucleares iranianos, Jeffrey Goldberg, da revista e site The Atlantic, diz que o anúncio de Romney de que estará em Israel, provavelmente no finalzinho de julho, para se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o coloca numa posição esquisita. Se Israel atacar na sequência da visita, pode cheirar conspiração (não é segredo que Netanhyau prefere um republicano como Romney na Casa Branca). Sendo menos sinistro,  a visita pode pelo menos significar um aval de Romney aos planos mais beligerantes de Israel.

Estas visitas eleitorais de presidenciáveis americanos ao exterior são de praxe. Há quatro anos, Barack Obama e o então candidato republicano John McCain também estiveram em Israel durante a campanha (Obama nunca voltou ao país como presidente, o que é motivo justo de alfinetadas da parte de Romney). E com a visita agora, o candidato republicano quer cortejar o eleitorado judaico nos EUA, maciçamente a favor dos democratas.

Goldberg ainda considera improvável que ocorra um ataque israelense tão cedo e avalia que esta visita de Romney inclusive bloqueia Netanyahu. Mas claro que ele se protege com o clichê “tudo é possível”. Eu também.

About this publication