A campanha para as eleições presidenciais norte-americanas aumenta de intensidade e de interesse diariamente, com democratas e republicanos a procurarem apoios para a eleição, no caso de Mitt Romney e de reeleição, no de Barack Obama.
Nesta altura, são utilizados os mais variados trunfos. Mitt Romne desloca-se ao estrangeiro para dar a entender que está tão preparado em política externa como o adversário. Obama Barack usa os impostos como arma de arremesso.
A troca de palavras sobre a eventual fuga de impostos do candidato republicano começou pelo Presidente, passou pelo seu vice, Joseph Biden, e estendeu-se ao líder da maioria democrata no Senado, o experimentado congressista Harry Reid.
Mitt Romney já se defendeu. Garantiu que paga anualmente os impostos e exigiu pedidos de desculpa aos democratas.
A visita ao estrangeiro, raramente feita em ano eleitoral por um candidato à Presidência dos Estados Unidos, constituiu mais uma desvantagem para a campanha de Romney.
Como salienta a imprensa britânica, a deslocação do republicano a Israel e a Inglaterra foi uma dádiva para Barack Obama.
Depois dos deslizes cometidos durante a digressão internacional, o candidato republicano às presidenciais norte-americanas continua a fazer um esforço titânico para vencer em Novembro o actual ocupante da Casa Branca.
Mitt Romney, que procurou transmitir a ideia que conhece bem a situação internacional, foi mal sucedido em Israel e em Inglaterra. Embora a política externa pouco interesse ao eleitor comum norte-americano, não deixa de ser preocupante que um candidato à Casa Branca conheça tão mal os meandros da política internacional. Mitt Romney foi infeliz ao dizer que o défice de desenvolvimento dos palestinos comparativamente aos israelitas se deve a questões culturais.
Logo a seguir enfureceu os palestinos ao afirmar que Jerusalém era a capital de Israel, um assunto delicado que a comunidade internacional não apoia.
Na Inglaterra, um dos seus assessores referiu que as origens anglo-saxónicas de Romney serviam para Estados Unidos e Inglaterra reforçarem os laços bilaterais, o que foi motivo de chacota por parte da imprensa britânica.
Outra inconveniência, esta do o próprio Romney, foi declarar que a Inglaterra não estava preparada para organizar os Jogos Olímpicos, o que levou ao jornal “Daily Mail” a perguntar quem é que o tinha convidado a visitar Londres. Mas nem tudo vai mal para Mitt Romney, pois a lenta recuperação da economia do seu país acrescida dos números do desemprego são trunfos importantes para o seu sonho.
A tarefa de substituir Barack Obama não é nada fácil para os republicanos, embora não seja impossível. Independentemente da maioria dos Presidentes terem sido reeleitos e das oscilações nas sondagens, umas a revelarem um empate técnico, outras a darem vantagem aos democratas, nada indica que Obama tenha a vitória assegurada.
As angariações de fundos para a campanha de Mitt Romney, ele próprio herdeiro de uma grande fortuna, abalam a recandidatura do adversário e são muitos os sectores que afirmam que Obama é o primeiro Presidente à procura da reeleição que vai ser batido pelo oponente em termos de dinheiro angariado.
Neste aspecto, Mitt Romney está, mais ou menos, descansado. O seu grande desafio é agora a escolha para a Vice-Presidência. Dick Cheney, que foi Vice-Presidente de George W. Bush, advertiu-o para não optar por Sarah Palin, governadora do estado do Alaska, escolhida por John McCain nas eleições de 2008.
Entre os nomes que são apresentados como potenciais candidatos ao cargo de Vice-Presidente constam os do senador pela Florida, Marco Rubio, Chris Christie, governador de Nova Jersei, Bobby Jindal, ex-governador de Louisiana, Paul Ryan, o congressista de Wisconsin, Tim Pawlenty, ex-governador de Minnesota e de Rob Portman, senador pelo Estado de Ohio.
O que mais preocupa a campanha de Obama são os números do desemprego e a desaceleração da economia porque a política externa costuma interessar muitos menos durante as eleições.
O jornal “Washington Post” escreveu que Barack Obama tem de se esforçar muito para realizar a proeza que não sucede desde a II Guerra Mundial: um Presidente norte-americano ser reeleito com o desemprego acima dos 7,2 por cento.
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