Costuma dizer-se que uma campanha presidencial não é um sprint mas sim uma maratona — mas não é por essa a razão que o candidato republicano à vice-presidência Paul Ryan está novamente envolvido em polémica. O caso surgiu na sequência de uma entrevista do congressista do Wisconsin com o conhecido radialista Hugh Hewitt: Ryan, que é um ávido praticante de desporto, gabou-se de ter corrido uma maratona em menos de três horas, um tempo extraordinário para um atleta amador.
Rapidamente a revelação, que parecia inofensiva, se transformou em mais uma prova de como o republicano, outrora elogiado pela sua seriedade, esqueceu os seus anteriores princípios e enveredou por uma campanha de mentiras. Afinal, Ryan correu a maratona em mais de quatro horas.
A discrepância é absolutamente irrelevante em termos políticos: não é a rapidez da passada numa corrida de fundo que determina a capacidade e competência de um político. No entanto, depois de notarem a sua estupefacção, os jornalistas políticos interessaram-se pela história, por ela alimentar a nova narrativa que emergiu depois do discurso de Paul Ryan na convenção republicana de Tampa. Os eleitores não precisam de saber se o congressista corre mais depressa ou mais devagar do que os demais, mas têm todo o direito de se perguntar se o candidato Ryan mente quando estão em causa matérias aparentemente irrelevantes, não estará também a mentir quando está a falar de assuntos verdadeiramente importantes.
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