America's Limits

 Edited by Jonathan Douglas

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Foi um debate sobre os limites do poder americano. Para Obama – mais à vontade do que Romney – os limites existem e contornam–se pela diminuição do défice, educação competitiva e geração de alianças para lidar com as grandes questões: Síria, Irão, Afeganistão, China. Os EUA têm limites à ação externa, devem impor limites ao uso da força, mas continuarão intransigentes na captura de terroristas. Com isto, foi ao encontro das promessas cumpridas: Iraque, Bin Laden, decapitação da Al-Qaeda, retirada do Afeganistão.

Para Romney, os limites do poder americano são o que o presidente quiser. Em casa, criar 12 milhões de empregos, mesmo que defenda não caber ao Governo criá-los. Fora, ser unilateralmente duro com China, Irão, Rússia, Paquistão, Síria e Egito, impondo a vontade americana sem olhar às consequências. Para Romney, o poder americano é ilimitado e a proliferação de resultados está ao virar de um mandato: o Irão verga, Assad foge, Putin cede, Pequim treme. São duas conceções da “grande estratégia americana” distintas, mesmo que em casos concretos a narrativa se assemelhe.

Obama, pela experiência do cargo, reconhece a inevitabilidade da retração estratégica, após duas guerras simultâneas e uma crise financeira para gerir. A sua visão passa por retrair o músculo (sem deixar de o usar), recentrar a aposta em casa (e menos fora) e reorientar a prioridade geopolítica do Atlântico para o Pacífico.

Romney, fiel ao papel de candidato, visiona uma América inesgotável em recursos e capacidades, dona do seu destino, líder dos seus aliados, imune às opções de terceiros. Obama parece Bush pai à porta de Bagdad. Romney, o herdeiro da triunfal década de Clinton. E como se esperava, os ganchos de fora para dentro foram o mais relevante para a campanha: Obama focado no Ohio e Pensilvânia, Romney na Florida e Wisconsin.

No final, toda a política externa é interna.

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