How Much More Will It Take?

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Que América é esta que prefere a livre compra de armas à liberdade de uma inocente criança? Que outro país passa por tantos massacres permanentes em escolas? Em que outro país o fascínio por armas é constitucional e politicamente protegido? Em que outro país, de cada vez que um massacre como o de Connecticut acontece, os políticos dizem que não é hora para falar da lei, mas de chorar e rezar pelos mortos?

Os EUA têm uma doença que se revela como nenhuma outra e ela não é nem a saúde mental dos monstros que tiram a vida a crianças numa escola nem é a cultura de violência com a qual os adolescentes crescem. Vamos ser claros sobre isto. Desde quando é que um doente mental é um assassino ou que os EUA têm o exclusivo das doenças mentais? Não vemos massacres em escolas em mais lado nenhum. A questão não está no facto de o rapaz ter um distúrbio ou ser doente, o problema é que a lei lhe permite ter acesso a armas com a maior das facilidades. E não são armas quaisquer: é material militar que jamais poderia estar acessível ao público.

E o argumento da cultura de violência, só nos EUA é que há desenhos animados, videojogos e filmes que promovem a violência e o culto das armas? Claro que não. Esta cultura é universal e acessível a qualquer pessoa, mas não vemos massacres como o de Newtown em mais nenhum país. Então porque é que este argumento só aparece quando falamos dos EUA? Porque há um acesso fácil e permanente a armas. Este é o ponto que importa isolar. E isolar por quem? Por quem tem a obrigação moral de parar esta avalancha de tragédias. Num dia é Columbine, no outro é Virginia Tech, um cinema no Colorado ou uma escola em Newtown. A Constituição só é sagrada se for para fazer o bem, caso contrário não merece respeito. Como não merece respeito qualquer político nos EUA ou noutro país que continue a manchar a palavra liberdade com o acesso e uso de armas. Que Newtown seja o último dos exemplos desta chaga.

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