The Pros and Pros of Immigration Reform in the US

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Os prós e prós da reforma de imigração nos EUA

Influentes senadores democratas e republicanos agilizaram na segunda-feira um esboço de acordo bipartidário para a reforma da imigração nos EUA e o presidente Barack Obama, que se esquivou da questão no primeiro mandato, fez discurso a respeito na terça-feira em Las Vegas. Em clima de comício eleitoral, Obama elogiou o empenho bipartidário, mas alertou que se as coisas atolarem no Congresso, ele vai enviar ao Legislativo o seu próprio pacote de propostas.

O presidente bradou que o momento é “agora” para a reforma da imigração. Uma aposta razoável é que um acordo possa ser aprovado até o final do ano, em torno de compromissos que envolvem segurança nas fronteiras (fronteira mexicana, a rigor), um caminho para a legalização de 11 milhões de imigrantes ilegais no país, uma nova política de vistos que permitam e racionalizem o trabalho temporário de estrangeiros (com diferentes níveis de qualificação) e mais agilidade para a entrada de imigrantes legais.

La frontera

O avanço das negociações, como é fácil prever, será mais tortuoso na Câmara com controle republicano, devido a bolsões muito conservadores avessos a compromissos com os democratas e a Casa Branca. A palavra-de-ordem destes setores é que reforma de imigração é sinônimo de anistia e demagogia. Fácil enquadrar estes setores mais conservadores nos dados de uma pesquisa da rede de televisão CBS: 24% dos americanos são a favor da mera deportação de ilegais, 20% topam apenas vistos temporários para eles e 51% apoiam a abertura do caminho para a cidadania de quem já está aqui.

É ilustrativo que dois dos mais influentes jornais americanos tenham saudado, em editorial, os avanços rumo à primeira reforma de imigração desde 1986 (governo do republicano Ronald Reagan, quando havia 3 milhões de ilegais). O New York Times com mais entusiasmo e o Wall Street Journal, com mais cautela, advertindo sobre pressões de Obama por um acordo mais conveniente para sua agenda partidária, tentando encurralar os republicanos como inflexíveis ou muito tímidos nesta reforma. Para Obama, é melhor pegar carona num sólido plano bipartidário. Melhor dos mundos. Com o sucesso, ele poderá cantar vitória. Com o fracasso, poderá responsabilizar os republicanos.

Colheita econômica e de votos

Evidentemente, os incentivos para uma reforma de imigração são políticos e econômicos. Existe uma urgência republicana para reverter a perda do eleitorado latino e o risco do partido se tornar um enclave de eleitores brancos, homens e sulistas. E o estímulo para os democratas é cimentar o bloco latino como vital na sua coalizão eleitoral (Obama teve 71% do voto da minoria nas eleições de novembro e 73% dos asiáticos).

O senador democrata e latino de Nova Jersey, Robert Menendez, resumiu bem o cenário favorável a um acordo de imigração: “Os americanos apoiam, os eleitores latinos esperam, os democratas querem e os republicanos precisam”. Sobre a economia, os ilegais em sua maioria são parte dela, fazem parte de nossa vida aqui nos EUA. Milhões deles foram acolhidos e absorvidos pela economia e sociedade, sejam empresários que precisam de empregados, sejam donas-de-casa que precisam de empregadas.

Mesmo para gente ilegal que “está dentro do sistema” não será uma moleza conseguir a cidadania. Com a nova legislação, ela poderá levar 15 anos, exigindo pagamento retroativo de impostos e não furar a fila daqueles que esperam legalmente os documentos. E flexibilizar a entrada de trabalhadores temporários é eficiente, pois vai acompanhar as marchas e contramarchas da economia.

E está no DNA do país. Bacana a seguinte frase do editorial do Wall Street Journal: “Um caminho para a cidadania também irá ajudar no processo de assimilação que tem sido uma das forças históricas dos EUA. Não interessa aos EUA uma classe permanente de residentes que nunca poderão ser cidadãos e assim terão menos incentivos para se adaptar aos costumes culturais, falar inglês e deixar enclaves étnicos segregados”.

Resta ver como irá se comportar Washington. Paralisia está no seu DNA. O conceito de compromisso migrou. Mas a nova realidade política abre espaço para uma dinâmica de acordo, lastreada na tradição de acolher imigrantes.

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