Once Again, Where Is Venezuela?

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De novo, cadê a Venezuela?

Na coluna publicada na segunda-feira cedo, eu perguntei aos gurus da Bloomberg: cadê a Venezuela no guia pessimista de 2015? No jornal The Washington Post, Jackson Diehl aprofunda o tema, alertando que tanto o presidente Obama como dirigentes latino-americanos negligenciam a gravidade da situação no país falido, desgovernado pelo chavismo.

Diehl não negligencia o descaso da política externa de Obama com o mundo real. Lista erros como fixar um cronograma para acabar com as guerras no Afeganistao e Iraque, a insistência em buscar um acordo de paz entre Israel e palestinos quando não existiam condições objetivas para tal e o equívoco de tentar costurar um novo acordo nuclear com Vladimir Putin quando era óbvio que nosso homem em Moscou se preparava para grandes provocações contra o Ocidente. Agora no sexto ano da presidência, Obama desfechou sua primeira grande iniciativa na América Latina: détente com Cuba.

Diehl disseca a iniciativa da Casa Branca, argumentando que Cuba está desesperada e Obama poderia ter arrancado mais concessões da ditadura cas ((trista neste projeto de normalização de relações. E o motivo urgente de inquietação em Havana é o colapso do regime chavista, engatilhado pelo vertiginoso declínio dos preços do barril de petróleo desde meados de 2014. O pano de fundo aqui é a relação de dependência mútua entre Cuba e Venezuela.

Estranhamente, a única iniciativa visível do governo Obama diante da implosão chavista é a que ele repudia para Cuba: são as sanções em represália à repressão contra opositores do regime de Nicolás Maduro. Jackson Diehl lembra que a oposiçao venezuelana é favorável a sanções, mas espera uma intervenção diplomática mais vigorosa, tanto de companheiros como Dilma Rousseff nas imediações (vã esperança que o grupelho conhecido como Unasul faça algo positivo a respeito), como de Obama.

. É óbvio que não interessa a ninguém no continente uma implosão na Venezuela. No entanto, consta que na reunião da semana passada com o vice americano Joe Biden, a ênfase de Dilma Rousseff foi pressionar Washington para que melhore as relações com o chavismo, como fez  no caso do castrismo. A ênfase de Biden foi para que Brasília pressione o chavismo a não reprimir a oposição.

Uma atuação diplomática internacional para facilitar uma transição na Venezuela é urgente. Com a negligência, o continente se torna cúmplice da implosão no país.

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