Prisoners of the Saudis

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Prisioneiros dos sauditas

Sim, Barack Obama irá encurtar uma viagem histórica e estratégica à Índia para um salamaleque agora na terça-feira na estratégica aliada dos EUA, a Arábia Saudita, que, com a morte do rei Abdullah, de 90 anos, na sexta-feira, agora é governada pelo garotão Salman, de 79 anos.

Na expressão do sóbrio Ross Douthat, um dos dois colunistas conservadores de plantão no New York Times, os americanos estão algemados a este aliado cruel. Ok, figura de expressão, mas literalmente, como mostram as duas fotos aqui na coluneta, eles se curvam ao déspota do deserto. A Arábia Saudita é número um no planeta na exportação de petróleo e na degola de criminosos.

Não gosto de gastar letras com indignação óbvia. Em todo caso…A Arábia Saudita que pune dissidentes como Raif Badawi com chibatadas, não recebe vigorosas chibatadas diplomáticas do Ocidente que professa a defesa dos direitos humanos. Não vou aqui repetir o prontuário saudita. É o petróleo, estúpido! É a ameaça do terror islâmico, estúpido! É a ocupação de espaço geopolítico pelo xiita Irã, estúpido!

Acho interessante a sacada melancólica de Douhat: três consecutivos presidentes americanos (o democrata Bill Clinton, o republicano George W. Bush e o democrata Barack Obama) tentaram redesenhar o mapa geopolítico do Oriente Médio para que alianças com regimes despóticos não fossem mais inevitáveis ou necessárias.

E todos fracassaram. Recomendo a leitura da pensata de Douhat que tem justamente o título de Prisioneiros dos sauditas.

Rei morto, rei posto e o pesadelo saudita (dos americanos, nosso e dos próprios sauditas) está longe de terminar. Poderá ter vida longa.

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