No Brasil e no resto do mundo, os EUA (e Obama) por cima
Dilma Rousseff chega neste domingo aos EUA. Na terça-feira, ela vai se encontrar com Barack Obama com atraso de quase dois anos, pois a visita de estado foi cancelada em 2013 devido às revelações de Edward Snowden de que os americanos espionavam a presidente brasileira. Muita indignação! Grampos passados. Dilma quer consertar as relações com Washington e durante a viagem ela pode dar uma espiada na recém-publicada pesquisa do Centro Pew, confirmando como o mundo e em particular os brasileiros gostam dos EUA e de Barack Obama.
Antiamericanismo é um produto surrado e contraproducente. Na pesquisa feita em 40 países, desgosto popular com os americanos apenas em um punhado deles, a destacar a Rússia de Vladimir Putin, onde apenas 15% dos entrevistados têm uma imagem positiva dos EUA, consequência da crise ucraniana. No bom gosto, os brasileiros estão acima da média de aprovação de 69% (24% de desaprovação). No Brasil, 73% são positivos e 24% negativos. Outra boa notícia: os brasileiros são os mais simpáticos entre os seis países latino-americanos examinados. Maior antipatia entre os argentinos.
Na média global, um progresso de cinco pontos em relação ao ano passado. No caso brasileiro, um salto de oito pontos em um ano. O Brasil foi incluído na pesquisa em 2010, quando a imagem favorável dos EUA existia entre 62%. Desde então, alguns altos e baixos até a marca atual de 73%.Houve em um ano um salto espetacular da aprovação americana na Índia (de 55% para 70%), o que comprova o sucesso do esforço dos EUA para se aproximar do gigante emergente.
Quisera o presidente americano ter em casa a sua taxa de aprovação global (65%). Na pesquisa Gallup, apenas 35% dos americanos aprovam sua política externa. Dilma nem se fala. A imagem americana melhorou bastante desde a pesquisa de 2008, ainda no governo Bush e sob e impacto da guerra do Iraque. Eram menos países na pesquisa de oito anos atrás. De qualquer forma, hoje é esta satisfação disseminada com a política externa americana no exterior, com amplo apoio ao combate ao terror do movimento Estado Islâmico.
A pesquisa oferece uma lição essencial para Dilma Rousseff. Investir em melhores relações com os EUA não deve ser uma mera questão de negócios. A imensa maioria dos brasileiros vê os EUA como um modelo. Obviamente há críticas globais como o uso de tortura como método de interrogatório depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, mas os EUA recebem notas sólidas do mundo pelo respeito às liberdades individuais dos seus próprios cidadãos (63% contra 22%).
Informei lá em cima sobre a imagem favorável dos EUA entre os brasileiros (73%). É impressionante quando dividimos por faixa etária: 60% entre pessoas com mais de 50 anos;74% entre 30 e 49 anos e 84% entre 18 e 29 anos. Antiamericanismo já era.
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