Stopping Trump

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Deter Trump

A vitória do milionário populista na Superterça deve fazer o Partido Republicano reagir

Os resultados da Superterça no processo das primárias que vivem os dois grandes partidos norte-americanos começaram a clarear o panorama daqueles que podem ser os candidatos republicano e democrata para conquistar a Casa Branca em novembro. O que se depreende da decisiva jornada de terça-feira é alarmante, não só para os republicanos, mas para todo o país.

A vitória do populista Donald Trump em sete dos 11 estados em disputa — e seu segundo lugar nos quatro restantes — confirmou que o Partido Republicano tem um problema. Embora ainda devam ser eleitos 72% dos delegados da convenção de julho na qual será designado o candidato presidencial, Trump avança em velocidade de cruzeiro nas preferências dos eleitores republicanos. O polêmico candidato comemorou a vitória com um pouco habitual — para seus padrões — tom moderado que foi interpretado nos EUA como presidencial.

Trump não só influiu definitivamente na radicalização do discurso conservador, como pode conseguir a candidatura. O que parecia uma extravagância meses atrás tem muitas possibilidades de ser uma realidade: que aquele que insulta e despreza as minorias, mulheres e estrangeiros e que oferece soluções vazias para problemas complexos lute pela Casa Branca nas fileiras do partido de Abraham Lincoln. O tempo está se esgotando para o seu partido e ainda está para ser visto que os esforços do establishment republicano para deter Trump — por exemplo, concentrar todas as suas energias e recursos em outro aspirante — possam servir para alguma coisa.

No lado democrata, Hillary Clinton ganhou terreno, mas não pode dar por vencido o populista de esquerda Bernie Sanders, prova — aplicável no caso de Trump — da saturação de grande parte do eleitorado em relação a uma forma de fazer política desconectada da realidade. O que não significa que a alternativa seja melhor.

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