Has Microsoft Thrown In the Towel with the Purchase of LinkedIn?

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A Microsoft “jogou a toalha” com a compra do LinkedIn?

A transação sugere que a empresa pode deixar de brigar com Apple, Facebook e Google para se dedicar ao que sabe fazer melhor:

software para empresas

A notícia do dia no mundo da tecnologia – a Apple e seus anúncios que me perdoem – foi a compra da rede social LinkedIn pela Microsoft. Uma transação que envolveu US$ 26,2 bilhões em dinheiro. É muita grana. Mais do que o Facebook pagou pelo WhatsApp (US$ 19 bilhões) em 2014 e muito mais do que a própria Microsoft pagou pelo Skype em 2011 (US$ 8,5 bilhões).

Surpreende especialmente porque o LinkedIn não está em seus melhores dias. Já faz algum tempo que a empresa enfrenta dificuldades para gerar mais receita e manter o ritmo de crescimento no número de usuários. Hoje, boa parte do faturamento do LinkedIn vem da venda de ferramentas de recrutamento para empresas. Outra fonte é a publicidade on-line atrelada ao conteúdo dos usuários e das assinaturas das contas “premium” – são cerca de 2 milhões no mundo. Os investidores queriam mais, e a empresa não apresentava uma estratégia clara de como seria um futuro próspero. O resultado prático: no início de 2016, o valor das ações do LinkedIn chegou a cair pela metade num espaço de pouco mais de um mês.

A cifra exorbitante, no entanto, faz sentido se o objetivo da Microsoft for passar uma mensagem de mudança ao mercado de tecnologia. Com a aquisição, a empresa reforça, mais uma vez, que está muito mais próxima de se tornar uma IBM do que uma rival de Google, Apple e Facebook. Há anos, a IBM passou a se dedicar exclusivamente à venda de tecnologias para empresas. Continua sendo uma das maiores produtoras de patentes do mundo. Mas não enxergamos mais a marca IBM no nosso dia a dia com tanta frequência. Não usamos mais o computador IBM Aptiva ou uma daquelas impressoras barulhentas. Mesmo assim, usamos diversos serviços on-line que só funcionam porque há tecnologia da IBM por trás deles.

Em alguma medida, é o que se espera da Microsoft. Que ela deixe de perder tempo e dinheiro tentando criar concorrentes para o buscador do Google, para o iPhone da Apple e para o Messenger do Facebook. Que ela passe a se dedicar a melhorar a produtividade de quem depende da tecnologia para trabalhar em vez de produzir desastres como o Windows 8. E, principalmente, que ela continue melhorando o Office, outro produto que traz muito lucro para a empresa e que é usado na maior parte das empresas globais.

A aquisição do LinkedIn é a maior transação da gestão de Satya Nadella, atual presidente da Microsoft. Em uma comunicado enviado a funcionários da Microsoft, Nadella destacou algumas das possíveis integrações que poderão ocorrer entre Microsoft e LinkedIn. Pense, por exemplo, que a página do seu perfil na rede social profissional pode substituir a área de trabalho do Windows, com acesso aos populares programas do Office: Word, Powerpoint, Excel etc. Enquanto você escreve um texto no Word sobre determinado tema ou monta uma apresentação no Powerpoint, os softwares trarão automaticamente notícias e outros conteúdos relacionados ao que você está produzindo. Se o Facebook nos mune com serviços que ampliam nossa capacidade social, a parceria entre Microsoft e LinkedIn tende a fazer o mesmo em relação a nossa trajetória profissional.

O Office hoje é usado por 1,2 bilhão de pessoas, segundo a Microsoft. O LinkedIn tem 433 milhões de usuários no mundo. São números importantes, que ajudarão o LinkedIn a retomar a trajetória de crescimento exponencial. E, principalmente, podem permitir à Microsoft “jogar a toalha” no mundo dominado por Google, Apple e Facebook sem deixar de manter o posto de prestígio entre as gigantes de tecnologia.

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