Readers of Harry Potter Less Likely to Support Donald Trump?

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Um estudo recentemente publicado pela Universidade da Pensilvânia conclui que a leitura de livros da franquia “Harry Potter” é um antídoto eficaz para a candidatura do republicano Donald Trump à Presidência dos EUA.

Em sua pesquisa “Harry Potter and the Deathly Donald”, a professora Diana Mutz concluiu que a saga do bruxinho ajuda a combater, por exemplo, as mensagens ofensivas de Trump contra mexicanos ou muçulmanos. Quanto mais livros da franquia eram lidos por quem participou do estudo, pior era a imagem do candidato republicano.

A conclusão era válida mesmo quando Mutz se debruçava em cima da fatia da população americana mais propensa a votar em Trump, de acordo com sua identificação com o partido, seu gênero, seu nível educacional, sua idade etc.

“A exposição à série ‘Harry Potter’ pode ter um papel em influenciar como americanos reagem a Donald Trump, porque suas visões políticas são enxergadas como opostas aos valores expostos nos livros”, segundo o texto da pesquisa.

Além do preconceito contra mexicanos e muçulmanos, Mutz aponta outros dois exemplos em que leitores de “Harry Potter” discordariam do candidato republicano. Em primeiro lugar, se torceram pelos elfos domésticos oprimidos pelo malvado Voldemort nos livros, provavelmente não simpatizarão com a visão de Trump sobre grupos como mulheres, asiáticos e deficientes físicos.

Ainda segundo Mutz, “Harry Potter” apresenta vias pacíficas para a solução de conflitos — Voldemort pode estar disposto a matar por seus objetivos, mas os protagonistas buscam alternativas, salvando mesmo seus inimigos. Trump, por sua vez, já defendeu a tortura de terroristas.

O estudo foi realizado com 1.142 americanos em 2014 e em 2016, analisando o consumo de livros da saga, a opinião em relação a temas como pena de morte e sua avaliação de Donald Trump em uma escala de 0 a 100. Mutz concluiu que a cada tomo de “Harry Potter” lido, os participantes baixavam sua opinião de Trump em 2 ou 3 pontos — o impacto é maior, portanto, em quem leu os sete volumes.

A opinião está alinhada à da própria autora da saga, J.K. Rowling, que criticou publicamente o candidato republicano. “Considero ele ofensivo e intolerante”, ela disse em maio.

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