Implications of Trump’s Election for Sub-Saharan African and Angolan Trade

Published in Agência Angola Press
(Angola) on 13 December 2016
by Manuel Kingunda (link to originallink to original)
Translated from by Conor Lane. Edited by Helaine Schweitzer.
In spite of assurances made by the new American president during his victory speech that the United States would seek to establish partnerships will all foreign nations, what should worry Angola and sub-Saharan Africa in general is the impact of economic measures that Donald Trump could adopt should he make good on his various campaign promises.

Donald Trump made it quite clear during the campaign that he would put U.S. interests first, and, in that same vein, that he would take the country out of a series of trade agreements signed by previous administrations to protect American business.

The most cited deals were the North American Free Trade Agreement – signed by President Bill Clinton, Canada and Mexico – and the Trans-Pacific Partnership Agreement, which was signed by President Barack Obama and the leaders of 11 countries in the Asia-Pacific region, including Japan, Australia, Malaysia, Singapore, Mexico, Chile, Vietnam, New Zealand, Brunei and Peru.

Trump additionally promised to pull the U.S. out of the World Trade Organization and halt U.S. backing of United Nations efforts aimed at tackling climate change—namely, the Paris Agreement.

In spite of such rhetoric, many believed that his proposals in favor of American isolationism would not translate into real political action.

Nevertheless, Trump’s announcement that he would abandon the TPP on his first day in office led many analysts to speculate about possible scenarios, something that has compelled us, for our part, to analyze the impact that his administration could have on Angola, as well as on the entire sub-Saharan Africa region.

Despite not having spoken much regarding his position on trade with the continent, many African economists fear that Trump could represent a threat to the African Growth and Opportunity Act.

The AGOA, a U.S. trade act promulgated in 2000, allows exporters from sub-Saharan African countries without free trade agreements — Angola being one such country — to export merchandise to the United States with a duty exemption.

Having undertaken an assessment of the period between 2004 and 2014, former Angolan Minister of Commerce Rosa Pacavira stated that Angolan exports destined for the United States had tripled, reaching a sum value of $115.39 billion.

The government attributed this rise in both the value and quantity of exports, in part, to the country’s accession in 2003 to the U.S. government-created AGOA.

While it is true that Angolan exports to the U.S. decreased in 2014 by approximately 35 percent, the country continued to find itself on the list of sub-Saharan Africa’s largest exporters of goods to the U.S., alongside South Africa, Nigeria, Côte d’Ivoire and Chad.

According to American trade representatives, Angolan exports destined for the U.S. in 2014 consisted primarily of fossil fuels, minerals, precious metals and gemstones, wood and wood products, agricultural products, and books and newspapers.

Beyond Angola, 38 other countries have stood to benefit from AGOA, including South Africa, Burundi, Cameroon, Cape Verde, Chad, Congo-Brazzaville, Côte d’Ivoire, Ethiopia, Gabon, the Gambia, Ghana, Kenya, Lesotho, Liberia, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritania, Mauritius, Mozambique, Namibia, Rwanda, São Tomé and Príncipe, Senegal, Sierra Leone, Tanzania, Uganda and Zambia.

According to the U.S. Department of Commerce, as a result of the AGOA, total U.S. trade (including both imports and exports) with sub-Saharan Africa reached $52.1 billion in 2014, a decrease of 18 percent from 2013, a year that saw a total of $63.3 billion in imports and exports.

Originally forecast to be in effect from 2000 to 2020, the AGOA was later extended to end in 2025. The above figures attest to AGOA’s importance, not only for Angola but also for the region as a whole.

However, the Nov. 8 election of Trump, who has made promises to adopt protectionist trade policies, could put at risk not only the accord’s extension to 2025 but its very existence as well.

Notwithstanding Trump’s significance in the eyes of some pessimists as a harbinger of breakdowns-to-come for free trade agreement negotiations, Trump could still manage to surprise everyone by revealing an appetite for bilateral agreements instead of multilateral agreements, which necessitate incorporating various countries.

When divulging his plans to take the U.S. out of the TPP, Trump stated that in place of this treaty, which was signed by 11 other nations, he would rather sign off on other agreements that would be crafted on an individual basis. We are going to negotiate “fair bilateral trade deals,” he said.

Should he come to make good on his preference for bilateral agreements, instead of multilateral deals signed by various countries, President Trump will understand that trade between the United States and Angola has been mutually beneficial.

It is worth pointing out that U.S. exports to Angola in 2015 supported 11,000 American jobs, according to the U.S. Department of Commerce.

By that same token, Angola was the 74th largest export market for U.S. goods in 2015, with the trade deficit between the two countries at a mere $1.6 billion, a reduction of 55 percent from 2014.

All of that said, if President Trump were to decide to move forward with a bilateral agenda, Angola would have a great chance of being able to maintain the status quo in terms of trade relations.

Given that conjecture and reality are two very different things, however, we’ll have to keep a close watch over the coming four years to better understand what position Southern Africa — and particularly Angola — will have within the new American administration’s foreign policy.


Implicações comerciais da eleição de Trump para África subsahariana e Angola

Manuel Kingunda

13 Dezembro de 2016

"Não obstante o novo Presidente norte-americano ter prometido, no discurso da sua vitória, que os Estados Unidos da América procuraria estabelecer uma parceria com todas as Nações, o que deve preocupar os angolanos e a Região da África Subsaariana em geral é o impacto das medidas económicas que Donald Trump poderá vir a adoptar, em cumprimento de algumas das suas promessas eleitorais."

Donald Trump deixou claro, durante a campanha, que os interesses dos EUA estariam em primeiro lugar e, nesta senda, retiraria o seu país de uma série de acordos comerciais, assinados por administrações que o antecederam, no intuito de proteger os empregos americanos.

Os tratados mais citados foram o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), assinado com o Canadá e o México, pelo Presidente Bill Clinton, e o Acordo de Parceria do Trans-Pacífico (TPP), assinado, pelo Presidente Barack Obama, com líderes de 11 países da região Asia-Pacifico, dentre os quais o Japão, Austrália, Canadá, Malásia, Singapura, México, Chile, Vietname, Nova Zelandia, Brunei e Peru.

Donald Trump prometeu igualmente retirar os EUA da Organização Mundial do Comércio (OMC), dos esforços da Organização das Nações Unidas (ONU) no tocante ao combate às alterações climáticas, nomeadamente o COP 21.

Muitos acreditavam que as propostas de isolamento americano não seriam transformadas em medidas políticas.

Porém, o anúncio feito por Donald Trump de cancelar o TPP, no primeiro dia do seu mandato, levou muitos analistas a especular sobre os prováveis cenários que poderão ocorrer o que nos compeliu, em parte, a analisar o impacto que a sua administração poderá ter para Angola e para toda região da África Subsaariana.

Apesar de ter-se referido muito pouco em relação à sua posição sobre o comércio com o continente berço, muitos economistas africanos temem que Donald Trump venha a representar uma ameaça à Lei sobre o Crescimento e Oportunidade de Desenvolvimento em África (AGOA).

A AGOA, uma política comercial dos Estados Unidos, promulgada em 2000, permite aos exportadores de países da África Subsaariana com os quais não possuem acordos de livre comércio, da qual Angola está inserida, a exportar para os Estados Unidos mercadorias com isenção de direitos.

Ao fazer um balanço do período compreendido entre 2004 a 2014, a anterior titular da pasta do Comércio de Angola, Rosa Pacavira, informou que as exportações angolanas para os EUA triplicaram, atingindo uma soma de $115,39 biliões de dólares.

A governante atribuiu esse incremento no valor e quantidade das exportações, em parte, à adesão do país, em 2003, à esta Lei para o Crescimento e Oportunidade de África, criada pelo Governo norte-americano.

Embora as exportações de Angola para os EUA tenham diminuído em 2014, na ordem dos 35 porcento, o país continuou a integrar a lista dos maiores exportadores para os EUA na Região da África Subsaariana, ao lado da África do Sul, Nigéria, Costa do Marfim e Chade.

Segundo a representação comercial americana, as exportações de Angola para os EUA, em 2014, centraram-se basicamente em produtos como combustíveis, minerais, metais preciosos e pedra, madeira e produtos de madeira, produtos agrícolas, livros e jornais.

Além de Angola, estão igualmente elegíveis para beneficiar da AGOA 38 países, dentre eles a Africa do Sul, Burundi, Camarões, Cabo Verde, Chade, República do Congo, Côte d'Ivoire, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Quénia, Lesoto, Libéria, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritânia, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Tanzânia, Uganda e a Zâmbia.

Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, mediante o AGOA, em 2014, o comércio total deste país (exportações mais importações) com a África Subsaariana somou $ 52,1 biliões de dólares, uma queda de 18% em relação a 2013, que havia totalizado $63.3 biliões.

Com efeito, a AGOA, com previsão inicial de durabilidade no período compreendido entre 2000 a 2020, foi estendido para até 2025. Os números acima atestam a sua vantagem tanto para Angola como para Região em que o país está inserido.

Ao falar por ocasião da 15ª edição do Fórum da AGOA, que decorreu nos EUA, de 22 a 26 de Setembro do ano em curso, o actual Ministro do Comércio, Fiel Constantino, reconheceu a relevância deste acordo e manifestou o desejo de vê-lo prorrogado para além da data estipulada.

Porém, a eleição de Donald Trump, a 8 de Novembro deste ano, que prometeu vir a adoptar políticas comerciais proteccionistas, pode pôr em risco não apenas a extensão do acordo, mas a sua validade por completo.

Entretanto, apesar de Donald Trump significar, na opinião de alguns pessimistas, um certo esfriamento nas negociações para acordos de livre-comércio, o mesmo pode ainda vir a surpreender muitos e revelar a sua apetência a acordos bilaterais, ao contrário das multilaterais, que têm de envolver vários países.

Ao divulgar os seus planos de retirar o seu país do TPP, disse que em vez de manter-se nesse acordo, assinado com 11 outras nações, preferirá rubricar outros de forma individual. “Vamos fazer acordos bilaterais justos”, anunciou.

Se se vir a confirmar essa preferência por acordos bilaterais, ao contrário das multilaterais, assinadas com vários países, o Presidente Trump poderá perceber que o comércio entre os EUA com Angola tem sido mutuamente vantajoso.

De ressaltar que as exportações americanas para Angola, em 2015, suportaram um total de 11 mil postos de trabalho no país de origem, de acordo com os dados do Departamento Comercial dos EUA.

De igual modo, Angola foi o 74º maior mercado de exportação de mercadorias dos Estados Unidos em 2015 e o défice na balança comercial entre os dois países foi de apenas de 1,6 biliões, tendo registado uma redução de 55 porcento, em relação a 2014.

Portanto, pode-se considerar haver uma grande chance de Angola poder vir a manter o seu status quo nas relações comerciais, caso o Presidente Donald Trump decida adoptar a vertente bilateral.

Mas, por existir uma dissociação entre a hipótese e a realidade, vamos ater-nos aos próximos quatro anos para então conhecermos a posição que ocupará a Região Austral do continente berço, concomitantemente Angola, nas formulações da política externa da nova administração americana.
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