O arsenal de Trump
Se fosse por si só um orçamento militar, o aumento das despesas de defesa dos Estados Unidos previsto por Trump para 2019 seria o terceiro mais alto, só atrás do americano mesmo e do chinês. Estamos a falar de 90 mil milhões de dólares, pois dos 610 mil milhões ontem revelados no relatório anual do SIPRI o presidente planeia passar para 700 mil milhões, com o intuito de desenvolver uma série de novas armas, desde porta-aviões a sistemas de interceção de mísseis. Um verdadeiro maná para a indústria de defesa, sobretudo a dos Estados Unidos, país que conta com seis das dez maiores companhias do setor, numa lista encabeçada pela Lockheed Martin, fabricante dos F-16 e dos Black Hawk. “Tornar a América grande outra vez” foi o slogan de campanha que levou Trump à Casa Branca e com este investimento o presidente não só agrada ao seu secretário da Defesa, o estimado general Mattis, como envia uma mensagem clara a Pequim e a Moscovo: o poderio militar às ordens de Washington é inequivocamente superior, passando a ser três vezes maior ao da China e dez vezes ao da Rússia. Há dias, em entrevista ao DN, George Friedman afirmava que os Estados Unidos são tão poderosos que podem perder guerras. Ora, o geopolitólogo, que hoje fala na 3.ª Conferência de Lisboa, talvez conclua agora que Trump não admite sequer que a América perca alguma guerra, pequena ou grande.
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