Trump’s Protectionism Worries the G-7

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Protecionismo de Trump assombra o G-7

Reunião das maiores potências mundiais focará nas medidas de taxação impostas pelos EUA contra produtos de países aliados e os riscos para a economia global

Quando se reunirem na próxima sexta-feira em Quebec, no Canadá, os líderes das seis maiores potências econômicas e a Rússia terão como tópico principal o protecionismo americano e os riscos que ele representa para a economia mundial. O mal-estar dos demais países em relação aos EUA pôde ser percebido claramente no encontro preparatório no último fim de semana com ministros de Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G-7. As críticas mais agudas vieram recentemente dos governos de Canadá, México, Japão, China e União Europeia, sinalizando a ameaça concreta de ruptura mediante uma guerra comercial.

Para analistas, as políticas isolacionistas de Donald Trump, que confirmou presença no evento, também ameaçam implodir alianças históricas do Ocidente. E os sinais indicam que há lógica neste alerta. Orientada pelo slogan de campanha eleitoral, “tornar a América grande novamente”, a Casa Branca, como instituição, sucumbiu sob a figura do presidente. Este fez de tuítes informais um de seus principais canais de comunicação, muitas vezes antes de ouvir as ponderações de assessores e conselheiros. Não à toa, não foram poucos os desmentidos e recuos do governo nestes 500 dias de gestão. Da mesma forma, a alta rotatividade nos cargos de confiança.

O anúncio em março da aplicação de tarifas unilaterais sobre a importação de aço e alumínio, confirmadas por Trump na última sexta-feira, é um exemplo típico da nova realidade em Washington. Seria até compreensível alguma pressão sobre a China e suas práticas comerciais, sobretudo a manipulação do câmbio, mas os efeitos de um embate com a segunda maior economia do mundo são imprevisíveis.

Além disso, é difícil explicar até mesmo para muitos republicanos no Congresso a investida de Trump contra aliados próximos, como Canadá e México, parceiros no Nafta; e nações europeias, com as quais os EUA fundaram o Tratado Transpacífico de livre comércio. Sem acordo, essas nações e blocos de países estudam formas de retaliar a iniciativa de Washington de taxar seus produtos.

Trump argumenta que está cumprindo promessas de campanha e garantindo a recuperação de empregos “roubados pela globalização”. Acrescenta que um país com um déficit comercial de US$ 800 bilhões não tem o que perder numa guerra comercial. Mas seu raciocínio desconsidera os efeitos de medidas protecionistas na economia mundial, para além do comércio.

E justamente num momento em que os EUA se preparam para elevar as taxas de juros, atraindo para o país o fluxo mundial de investimentos, com efeitos nocivos na estabilidade econômica, tão duramente reconstruída após a crise financeira de 2008. O impacto do protecionismo de Trump também se desdobra numa possível crise geopolítica, que ameaça mergulhar o mundo em novas incertezas.

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