Donald Trump’s Moment of Glory

<--

O momento de glória de Donald Trump

Donald Trump colocou-se, desta vez por um bom motivo, na História

Desde 20 de Janeiro de 2017, dia em que Donald Trump tomou posse como 45º presidente dos Estados Unidos da América, cedo se percebeu que muito ia mudar no considerado território “líder” do chamado “mundo livre. Pelo menos politicamente, porque quanto à postura do seu recém-eleito Presidente e, sua extravagância ou até devaneio pessoal, não houve qualquer surpresa. Já durante a campanha deu o próprio várias demonstrações do seu desequilíbrio comportamental. Após a sua vitória nas urnas, que muitos, eu incluído, consideravam uma miragem, o desconforto, o receio do que aí viria, a antipatia pela personagem e até a desconfiança sobre a sua sanidade mental só aumentaram.

Houve de tudo. Despedimentos em cadeia no organigrama da Casa Branca, suspeitas de envolvimentos Russos nos resultados eleitorais, leis assinadas que depois por falta de apoio não puderam ser, e bem, colocadas em prática, um afastamento claro dos valores que uniam a Europa e os Estados Unidos, claras faltas de respeito a outros governantes, “tweet´s” só comparáveis aos de Bruno de Carvalho, a negação do aquecimento global e, por fim, mais preocupante, uma escalada de ameaças mútuas que fazia antever uma grave crise militar com a Coreia do Norte. Subitamente, os ventos pareceram acalmar e, verdade seja dita, com a cimeira realizada entre Kim Jong-un e Donald Trump, este, atingiu aquele que até ao momento foi sem dúvida o seu momento de glória. Na verdade, só a realização da cimeira com a presença de ambos é, inequivocamente, um marco histórico. Por outro lado, além deste “pequeno” pormenor, esta cimeira teve um duplo sucesso que, a muitos, parece ter passado completamente despercebido. É que este tipo de cimeiras são por assim dizer, em termos diplomáticos, a última tentativa para uma possível pacificação. Das duas uma. Do seu resultado, ou surgiria uma agudização completa do problema da qual não haveria retorno ou, como parece ter acontecido, a “coisa” aparentemente resultaria bem e haveria luz ao fundo do túnel. Foi por isso súbito, mas de louvar, o aparente sucesso desta iniciativa conjunta e a simpatia transmitida pelos dois líderes, com direito até a vários elogios de parte a parte.

Sejam lá esses elogios verdadeiros ou não e, ainda que uma aparente conciliação, pelo perfil errático de ambos, ainda possa retroceder e vir a gorar estes pequenos avanços, para já, Donald Trump colocou-se, desta vez por um bom motivo, na História. Pode-se não gostar dele, mas se deixar como legado a resolução do eterno problema com a Coreia do Norte, então, por mais estranho que pareça dizer isto, e é, o mundo ainda lhe terá de agradecer. Não muda nem tapa nada do que errado fez até aqui. Mas será um agradecimento merecido. Dizia Clarice Lispector: “Quero o impossível. Quero o inesperado”. Esperemos, a bem de todos, que Trump e Kim Jong-un também o tenham mesmo querido.

About this publication