Assault on Democracy

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Quarta-feira, 6 de janeiro de 2021 , acabada de chegar a casa vinda do almoço do meu aniversário. Eram cerca das 14 horas nos Estados Unidos, 19 horas em Portugal Continental quando liguei a televisão e pude assistir ao vivo e a cores a um grupo de insurreitos a ocuparem de forma violenta o edifício que representa a essência da democracia norte-americana, o Capitólio, em Washington, perante a passividade das forças policiais.

Um chefe de estado é, por definição, alguém que une uma naçāo dentro dela própria e representa com dignidade essa naçāo para além das suas fronteiras. Ora no caso americano, o ainda Presidente Donald Trump incentivou e promoveu a desordem pública e social e consequentemente o caos com que culminou este Assalto ao Capitólio , tentando desta forma parar o processo constitucional de contagem dos votos de uma eleição legítima e democrática.

Um Presidente tem o dever de unir uma naçāo e não de virar as pessoas umas contra as outras nem fomentar ódios. O incitamento aos motins é considerado crime, e

esta situação que foi por muitos apelidada de terrorismo doméstico liga-se de imediato à questão do populismo que fervilha por todo o mundo e que nunca acaba bem.

Portugal encontra-se em vésperas de eleições presidenciais, e num momento marcado pelos números trágicos da pandemia, não nos devemos deixar levar pela retórica populista geradora da desordem, de conflito e de desconfiança que podem convencer mas que não resolvem os problemas e pior ainda pōe em causa os valores fundamentais da democracia que tanto nos custou a conseguir.

Treze dias após o caos e a desordem do dia da validação dos resultados da votação das eleições presidenciais, assistimos hoje à tomada de posse do novo Presidente, Joe Biden e da vice Presidente Kamala Harris que irão ter pela frente a dura tarefa de fazer reerguer uma America profundamente dividida.

Haja esperança no novo futuro dos Estados Unidos mas também no futuro de Portugal.

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