A Nobel Peace Prize Winner in Pernambuco

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Henry Kissenger, secretário de Estado dos Estados Unidos nos governos de Richard Nixon e Gerald Ford e Prêmio Nobel da Paz de 1973 foi a grande atração da 1ª Bienal de Administração e Tecnologia de Pernambuco. Parceria do Instituto de Administração e Tecnologia ADM & TEC e o Gruponove, evento foi criado para colocar o Recife no circuito nacional dos grandes eventos. Aconteceu nos dias 10 e 11 de abril de 1997, no Centro de Convenções. Na época ele ainda era um dos homens mais poderosos do mundo e os coordenadores do evento, Elder Lins Teixeira, Cecília Freitas e Sérgio Kano tiveram muito trabalho para localizá-lo. Depois de várias tentativas sem sucesso, conseguiram chegar pela forma mais simples: a lista telefônica de Nova York.

Sua secretária pediu dados do evento, revelou as datas disponíveis e o custo, com metade sendo paga à vista, a outra depois da palestra. Tudo muito mais fácil do que imaginavam. Ele não pediu passagem aérea. A viagem foi num jatinho de um empresário seu amigo, que depois o acompanhou a um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Brasília. Veio também um segurança particular. Os três ficaram hospedados no Sheraton Petribú, em Piedade. Ele na suíte presidencial. Lá teve apenas três encontros: com Francisco Falcão, presidente do Tribunal Regional Federal; com o secretário estadual de Planejamento, João Recena, que fez uma exposição sobre a economia pernambucana; e com uma comitiva da comunidade judaica.

Sua segurança foi uma grande preocupação dos organizadores do evento. O Consulado dos Estados Unidos respondeu que nada poderia fazer, pois ele não pertencia mais ao governo norte-americano, era um cidadão comum. Foi feita então uma parceria com a Nordeste Segurança de Valores, através do seu presidente, major Hilson Macedo. Um detalhe tranquilizou os promotores: Sérgio Kano, também judeu como ele, recebeu telefonema de uma pessoa não identificada que depois de referir a todas as informações sobre o evento, sobre sua vida pessoal, inclusive sobre sua família, afirmou fazer parte da Mossad e que essa agência israelense era responsável pela segurança de Kissinger em seus deslocamentos internacionais. Afirmou ainda que não mais faria contato e que seus encarregados da segurança não seriam identificados em nenhum momento.

Na palestra, sobre o Cenário Político e Econômico Internacional, que superlotou o Teatro Guararapes e atraiu jornalistas dos principais jornais do país foi muito simpático e começou se dirigindo ao governador Miguel Arraes, que estava na mesa, brincando que na primeira vez que tinha vindo a Pernambuco, em 1987, ele também era o governador e até lhe ofereceu um jantar no Palácio do Campo das Princesas. Um detalhe importante na sua palestra: disse que o mundo iria ver, em 10 anos, a importância do protagonismo internacional da China. Já na época mostrava como era bem informado e competente. Foi, realmente, uma excelente palestra

Depois do evento, ele participou de jantar com os patrocinadores do evento, no restaurante do Hotel Sheraton, quando se mostrou descontraído e conversou com muitos convidados, sempre fazendo perguntas sobre Pernambuco e o Brasil. No final, perguntou se tinha agradado e se tinha atendido às expectativas. Agradou e muito.

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