Mike Pence and Chris Christie Give Lessons in How To Get Rich Losing Elections*

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Mike Pence e Chris Christie dão aulas de como ficar rico perdendo eleições

Leis eleitorais afrouxadas nos EUA tornam candidaturas de políticos

Se Mike Pence, o ex-vice de Donald Trump, for eleito presidente, prometo pintar meu cabelo de verde.

Se Chris Christie, o ex-governador de New Jersey, derrotar Joe Biden em 2024, esta tricolor carioca se compromete a vestir a camisa do Flamengo por uma semana.

Pence e Christie engrossaram, nesta semana, o bloco de pré-candidatos à Presidência pela célula extremista que ainda atende pelo nome de Partido Republicano. Ambos devem perder e sair financeiramente vitoriosos da campanha.

Christie batia recorde de impopularidade quando deixou, em 2018, o governo do estado separado de Manhattan pelo rio Hudson. Atacou Trump, mas logo passou a lamber suas botas. Pediu um ministério, foi rejeitado, liderou a equipe de transição, da qual também foi defenestrado. Mas a humilhação não bastou. Em 2020, quase morreu de Covid, contraída ao treinar Donald Trump para o debate com Joe Biden.

Mike Pence, que governou o estado de Indiana, esteve a 12 metros da turba que pedia literalmente seu pescoço durante a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Desde então, mal denunciou o ex-chefe que continuou colocando a culpa nele por não ter roubado a eleição naquele dia. Só criticou Trump de maneira mais explícita quando anunciou a pré-candidatura, nesta quarta-feira.

Os dois ex-governadores têm em comum mais do que um alto índice de rejeição entre eleitores republicanos. Ambos dependeram do salário de funcionários públicos. Pence saiu da Vice-Presidência para se hospedar com amigos até as conexões políticas valerem uma renda para comprar uma mansão em Indiana.

As leis de financiamento de campanha nos EUA, afrouxadas com uma decisão da Suprema Corte em 2010, tornam as candidaturas políticas uma garantia de enriquecimento pessoal sem necessariamente cometer crimes.

Com ajuda de contabilidade criativa e uma agência federal esvaziada para monitorar o laranjal eleitoral, qualquer azarão pode se beneficiar de campanhas que fariam corar a Wal do Açaí e tantos outros personagens das rachadinhas bolsonarianas.

Um que sabia disso, mas pode ter ido com muita fome ao pote, é o deputado filho de brasileiros George Santos. Ele está sob indiciamento federal por usar doações da campanha para comprar roupas de grife e pagar contas pessoais —o que ele nega— quando, para surpresa geral, elegeu-se para o Congresso em 2022. Santos recolheu quase US$ 3 milhões de doadores, uma quantia bastante alta para um azarão no seu distrito. Mas não é uma exceção.

Tina Forte, trumpista obscura que estava nas imediações do Capitólio durante a invasão, concorreu a deputada, em 2022, contra a locomotiva imbatível Alexandria Ocasio-Cortez. Milagrosamente, Forte arrecadou e conseguiu gastar mais de US$ 1,4 milhão numa campanha natimorta, mas lucrativa para vendedores de serviços eleitorais como gráficas.

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O indiciamento de George Santos serve também como distração conveniente. Republicanos de Nova York lucraram com doações da campanha dele. O dinheiro que jorra para os comitês de ação política conhecidos como “super PACs” aproxima o financiamento de campanhas do crime organizado.

Nem Pence nem Christie hão de se sentar à famosa Resolute Desk, a escrivaninha do Salão Oval na Casa Branca em janeiro de 2025. Mas os traseiros de políticos impopulares e cínicos como eles vão aterrissar em assentos mais confortáveis, graças ao grande negócio que é concorrer em eleições nos EUA.

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