Less than four months away from the American presidential election, Brad Parscale, the digital specialist who significantly contributed to the 2016 victory, was replaced by a political adviser.
Donald Trump`s reelection campaign is facing turbulence only 3 1/2 months away from the vote; meanwhile, the polling becomes ever more worrisome for the American president. On the night of Wednesday, July 15, he announced the replacement of his campaign manager, 44-year-old digital specialist Brad Parscale, in favor of his deputy campaign manager, veteran Republican adviser Bill Stepien. The timing of the replacement, and the type of replacement, show the anxiety surrounding the president, who is running a complicated electoral race, one very different from what was anticipated only a few months ago. The pandemic ended his greatest achievement, the economy, and his management of the public health crisis has created a storm of critics.
According to the average of national poll results calculated by Real Clear Politics and updated on Thursday, the Democratic candidate, former Vice President Joe Biden, has an 8-point lead over Trump (50.3% to 41.2%). Some polls show a much greater lead. The poll that was released on Wednesday by Quinnipiac University showed a 15-point lead.
Thinking about 2016 is unavoidable. All the polls in 2016 pointed to Hillary Clinton as the winner, but they were all wrong. Today, the difference is that the gap between Trump and Biden is much wider than the gap that separated the Democratic candidate from the current president at this time four years ago. Real Clear Politics’ average poll calculation did not surpass 2.7 percentage points back then. In an article Thursday, The New York Times calculated that, even applying the same margin of error from polls four years ago, Biden still remains in the lead in most states.
When asked about the polls on Tuesday, July 14, Trump minimized the numbers and affirmed that he does not see himself losing in November, stating that there are many hidden voters favoring him that the polls do not reflect. However, he has continued to show that his calm was not real. After the fiasco in his Tulsa, Oklahoma rally, where he brought in only 6,000 people from the expected tens of thousands, Michael Glassner, the chief rally organizer, was replaced. The campaign manager was also left on shaky ground. On Wednesday, July 15, Trump said on Facebook, “Brad Parscale, who has been with me for a very long time and has led our tremendous digital and data strategies, will remain in that role, while being a senior adviser to the campaign.”
The case of Parscale was, as was everything involved in Trump`s 2016 victory, an unexpected success, unconventional, and unconcerned with the implicit norms of American politics. He had no political experience, not even in one of Washington, D.C.’s think tanks. However, he was able to ensure that the hashtags #MakeAmericaGreatAgain and #MAGA dominated the discussion on Twitter and Facebook.
He came into the campaign as some sort of digital guru, having been endorsed by son-in-law Jared Kushner, after having created many websites for various business ventures for the Trump empire. After his 2016 electoral feat, as early as February 2018, the Republican president promoted him and nominated him as campaign manager for his reelection this November.
However, the magic does not seem to be working any longer, or perhaps the country in which this magic is deployed may no longer be the same. Polls offer a similar conclusion regarding Trump. Paradoxically, despite always remaining low, his popularity experienced its best moment shortly after the impeachment process in the Ukraine scandal, in which he was acquitted by the Senate. However, in his duel against Biden, he has always emerged as the loser, and in recent weeks the distance has only increased.
The economic collapse caused by the pandemic has destroyed his chief economic argument for reelection; namely, good economic progress and a nearly nonexistent level of unemployment. Much to the contrary, the United States is experiencing its greatest crisis since the Great Depression. Trump’s management of the coronavirus pandemic has been particularly erratic. He has contradicted his own health advisers, played down the severity of the virus and consistently encouraged the populace to act recklessly. However, the real poll will be the citizens' votes on Tuesday, Nov. 3. There are still 3 1/2 months left, and Trump is trying to adjust course.
Brad Parscale, o especialista digital a quem se atribui grande parte da vitória de 2016, foi substituído por um assessor político a menos de quatro meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos
A campanha de Donald Trump à reeleição entrou em área de turbulência a três meses e meio da votação, enquanto as pesquisas ficam cada vez mais preocupantes para o presidente dos EUA. Na noite de quarta-feira, ele anunciou a substituição do chefe de sua campanha, o especialista digital Brad Parscale, de 44 anos, por seu número dois, Bill Stepien, um veterano assessor republicano. A mudança, neste momento e pelo tipo de substituição, evidencia a inquietação do entorno do mandatário com uma corrida eleitoral complicada, muito diferente do que se imaginava alguns meses atrás. A pandemia acabou com seu melhor trunfo eleitoral ―a economi― e sua gestão da crise de saúde provocou uma tempestade de críticas.
O candidato democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, tem nove pontos de vantagem sobre Trump (50,3% a 41,2%), segundo a média das pesquisas de abrangência nacional feita pelo site Real Clear Politics, atualizada quinta-feira. Algumas pesquisas ampliam muito mais essa distância. A que foi divulgada quarta-feira pela Universidade Quinnipiac mostrava 15 pontos de diferença.
É inevitável pensar em 2016, em todas aquelas pesquisas que apontavam Hillary Clinton como vencedora, mas estavam erradas. A diferença, hoje, é que a distância entre Trump e Biden é muito maior que a que separava a candidata democrata do atual presidente na mesma época da campanha. Não passava de 2,7 pontos percentuais na média do Real Clear Politics. O The New York Times calculou quinta-feira em um artigo que, mesmo aplicando a mesma margem de erro que as pesquisas demonstraram há quatro anos, Biden continuaria liderando na maior parte de Estados em jogo.
Indagado sobre as pesquisas na terça-feira, Trump minimizou os números e afirmou que não se imagina perdendo em novembro, dizendo que há muitos votos ocultos a seu favor que as pesquisas não mostram. Mas ficou demonstrado que essa tranquilidade não é real. Depois do fiasco de seu comício em Tulsa (Oklahoma), onde reuniu apenas 6.000 pessoas quando eram esperadas dezenas de milhares, Michael Glassner, o organizador dos comícios, foi trocado de função. O chefe de campanha também ficou na corda bamba. “Brad Parscale, que esteve muito tempo comigo e liderou nossas incríveis estratégias digitais e de dados, continuará como assessor-sênior da campanha”, disse Trump nesta quarta-feira no Facebook.
O caso de Parscale, como tudo que envolve a vitória de Trump em 2016, foi um sucesso inesperado, heterodoxo, alheio às normas não escritas da política norte-americana. Não tinha experiência política nem provinha de um desses think tanks (laboratórios de ideias) de Washington. Conseguiu, entretanto, que as hashtags #MakeAmericaGreatAgain e #MAGA (“torne a América grande novamente”, com sua respectiva sigla em inglês) dominassem a conversação no Twitter e no Facebook.
Chegou à campanha como uma espécie de guru digital avalizado pelo genro-em-chefe Jared Kushner, depois de ter trabalhado para o império Trump na criação dos sites de vários negócios. Após sua façanha eleitoral, já em fevereiro de 2018, o republicano o promoveu e o nomeou chefe da sua campanha para a reeleição em novembro deste ano.
Mas a magia desta vez parece não ter funcionado, ou talvez o país sobre o qual ele experimenta essa magia já não seja mais o mesmo. As pesquisas fornecem uma conclusão similar sobre Trump. Paradoxalmente, sua popularidade viveu seu melhor momento ―embora sempre em níveis baixos― logo depois do processo de impeachment pelo escândalo da Ucrânia, do qual saiu absolvido no Senado. Em seu duelo com Biden, entretanto, sempre acabou sendo o perdedor, e nas últimas semanas a distância só cresceu.
O desmoronamento econômico causado pela pandemia liquidou o maior argumento econômico para a sua reeleição, o bom andamento da economia e o nível de desemprego quase inexistente. Pelo contrário, os Estados Unidos vivem agora sua maior crise desde a Grande Depressão. E a gestão da pandemia de coronavírus tem sido especialmente errática: não deixou de contradizer seus próprios especialistas, negou a não mais poder a gravidade do vírus e sempre estimulou a população a cometer imprudências. A verdadeira pesquisa, porém, é a do voto dos cidadãos na terça-feira, 3 de novembro. Ainda restam três meses e meio, e Trump tenta corrigir o rumo.
This post appeared on the front page as a direct link to the original article with the above link
.