Brazilian Ambassador Seeks To Get Closer to States after Tension with Congress

Published in Folha de Sao Paolo
(Brazil) on 18 January 2022
by Rafael Balago (link to originallink to original)
Translated from by Jane Dorwart. Edited by Gillian Palmer.
Forster met with the governors of South Carolina and Georgia, who are challenging mandatory vaccination.

Brazil's ambassador in Washington, Nestor Forster, is betting on rapport with U.S. governors and state agencies as part of a strategy to improve dialogue and deflect the pressure that Congress has put on Brazil. A number of legislators have harshly criticized Jair Bolsonaro and are seeking to cool relations between the two countries.

In the last months of 2021, Forster visited the U.S. at least four times. The diplomat alternated between trips to states governed by Democrats, such as Connecticut and North Carolina, and trips to areas under Republican leadership, such as South Carolina and Georgia, where he had the most success.

At the end of October in South Carolina, Forster signed a memorandum of understanding to expand trade and an exchange of investments between South Carolina and Brazil, the first agreement of its kind ever signed with a state in the U.S. In 2020, Brazil and South Carolina did $910 million of business.

Republican South Carolina Gov. Henry McMaster is a critic of President Joe Biden and has fought against the White House's COVID-19 vaccine mandate measures. South Carolina was one of the states that sued the federal government and stopped the mandate in court.

"We are shocked by the excesses of the Biden administration ... No resident of South Carolina should have to choose between their job and a vaccine against COVID-19," the governor said in November.* He also signed an ordinance barring state agencies from requiring the vaccination of their employees.

The Republican governor still stands as a supporter of conservative agendas. He asked the state superintendent of education to investigate complaints against books containing "obscene material" in public school libraries; as an example, he cited parent complaints about “Gender Queer: A Memoir” by Maia Kobabe, a comic book about gender transition. He is also in favor of the Supreme Court overturning the right to abortion.

In Georgia, whose government also sued the White House to suspend vaccine mandates, Forster met in November with representatives from the state's departments of agriculture and development. Pat Wilson, commissioner of the Georgia Department of Economic Development talked to Folha about the relationship between Georgia and Brazil, stressing that the state has had an office in Sao Paulo for 25 years.

“Many Brazilian companies employ thousands of Georgians. Businesses from Taurus (an arms manufacturer) to Guidoni (a company that extracts ornamental rocks) and Embraer (an aviation company) have become important parts of our community,” he said.*

In Democratic states like North Carolina and Connecticut, the ambassador’s agenda focused on visiting universities, local research centers and factories, such as the Gerdau factory. “Just like Brazil, the United States is a complex country, with great regional diversity, and it is important that the embassy seeks to amplify its presence jointly with local communities,” Forster said.*

The visits are part of a plan to increase dialogue between Brazil and American states and to find more partners outside of Washington. Bolsonaro, who also visited cities beyond Washington, D.C., has encouraged this.

Bolsonaro went to Florida in 2020 and Texas the year before to receive an award at a ceremony originally scheduled for New York. The ceremony’s location was changed after New York’s Democratic Mayor Bill de Blasio urged Bolsonaro not to visit New York. Such moves also had the effect of reinforcing Bolsonaro’s alignment with former President Donald Trump. Brazil’s president openly campaigned for the the reelection of the Republican incumbent, whom Biden wound up beating in November 2020.

For Fernanda Magnotta, a researcher for Cebri (The Brazilian Center for International Relations), Forster’s actions could be part of a new global strategy by which local leaders extend their reach into the international arena, which explains the recent action of Brazilian governors. “They took the lead in importing vaccines and sought action on agendas such as the environment. In Glasgow (at the COP26) there was a Brazilian delegation and representatives from the states, often dissonant,” Magnotta said.

Embassy officials also hope that these state trips help strengthen relations with American member of Congress. Forster recently met with Republican Sen. Lindsey Graham of South Carolina and Democratic Rep. Bill Keating of Massachusetts.

The Brazilian government has become a target for criticism in Congress. Since September, the Democrats sent at least three letters to Biden, asking for a distancing of relations between the two countries. In the most recent letter at the beginning of December, eight Democratic senators asked for a diplomatic “reset” and accused Bolsonaro of being responsible for the rise of deforestation and for threatening democracy in his country.

The letters can be viewed in context of the pressure that activists and progressive members of his own party put on Biden. The ambassador responded to the critics who wrote the letters by defending Bolsonaro's actions and asserting that members of Congress were ill-informed.

*Editor's Note: This quotation, accurately translated, could not be verified.


Embaixador do Brasil nos EUA busca se aproximar de estados após tensão com Congresso

Nestor Forster teve encontros com governos de Carolina do Sul e Geórgia, que combatem vacinação obrigatória

O embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, tem apostado na aproximação com governos e entidades estaduais dos Estados Unidos, em uma estratégia para melhorar a interlocução e desviar da pressão que o Brasil tem sofrido no Congresso americano. Diversos parlamentares têm feito críticas duras ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e pedido um esfriamento na relação entre os dois países.

Nos últimos meses de 2021, Forster fez ao menos quatro viagens. O diplomata alternou idas a estados governados por democratas, como Connecticut e Carolina do Norte, e viagens a áreas sob comando republicano, caso de Carolina do Sul e Geórgia, onde obteve mais resultados.

Na Carolina do Sul, Forster assinou no final de outubro um memorando de entendimento para ampliar o comércio e a troca de investimentos entre o estado e o Brasil, no primeiro termo do tipo já fechado com um ente subnacional dos EUA —em 2020, negócios entre as duas partes movimentaram US$ 910 milhões.

Governador do estado, o republicano Henry McMaster é um crítico do presidente Joe Biden e tem combatido as medidas de vacinação obrigatória da Casa Branca para controlar a Covid. A Carolina do Sul foi um dos estados que processaram o governo federal e conseguiram barrar a exigência na Justiça.

"Estamos chocados com os excessos do governo Biden. Nenhum morador da Carolina do Sul deveria ter de escolher entre seu emprego e uma vacina contra a Covid-19", disse o governador, em novembro. Ele também assinou um decreto para proibir órgãos estaduais de exigir a vacinação de funcionários.


O republicano se coloca ainda como defensor de pautas conservadoras. Pediu ao superintendente de educação do estado que investigue denúncias de livros com "trechos obscenos" em bibliotecas de escolas públicas; como exemplo, citou queixas de pais sobre a obra "Gender Queer: A Memoir", de Maia Kobabe, HQ sobre transição de gênero. Ele também defende que a Suprema Corte revogue o direito ao aborto.

Na Geórgia, cujo governo também processou a Casa Branca para suspender as exigências de vacinação, Forster se reuniu em novembro com representantes dos departamentos estaduais de Agricultura e Desenvolvimento. À Folha Pat Wilson, comissário do Departamento de Desenvolvimento Econômico, destacou a relação do estado com o Brasil, já que Geórgia tem um escritório em São Paulo há 25 anos.

"Muitas empresas brasileiras empregam milhares de georgianos. Negócios da Taurus [fabricante de armas], da Guidoni [de extração de rochas ornamentais] e da Embraer [aviação] se tornaram parte importante da nossa comunidade", afirmou ele.

Já em estados sob comando democrata, como Carolina do Norte e Connecticut, a agenda do embaixador se concentrou em visitas a fábricas —como a da Gerdau—, universidades e centros de pesquisa locais. "Assim como o Brasil, os EUA são um país complexo, de grande diversidade regional, e é importante que a embaixada busque ampliar sua presença junto a comunidades locais", disse Forster.

As visitas fazem parte de um plano para ampliar a interlocução do Brasil com estados americanos e buscar mais parceiros fora de Washington. A determinação foi encorajada por Bolsonaro, que antes da pandemia também fez visitas aos EUA em cidades afastadas da capital.

O presidente esteve na Flórida em 2020 e foi ao Texas um ano antes —para receber um prêmio que seria entregue inicialmente em Nova York. A cerimônia, porém, foi alterada após pressão pública do então prefeito, o democrata Bill de Blasio, para que Bolsonaro não fosse à cidade. Os movimentos também buscavam reforçar o alinhamento com o ex-presidente Donald Trump; o brasileiro fez campanha aberta pela reeleição do republicano, que acabou derrotado por Biden em novembro de 2020.
Para Fernanda Magnotta, pesquisadora do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), a atuação de Forster pode ser parte de um novo cenário global, no qual líderes locais ampliam a atuação internacional, e uma resposta às ações recentes de governadores brasileiros. "Eles tomaram a frente na importação de vacinas e buscaram protagonismo em agendas como a do ambiente. Em Glasgow [na COP26], havia a delegação brasileira e representantes dos estados, muitas vezes dissonantes", avalia.
Funcionários da embaixada também esperam que as viagens estaduais ajudem a fortalecer as relações com parlamentares americanos no Congresso. Forster teve reuniões recentes com o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, e com o deputado democrata Bill Keatind, de Massachussets.

O governo brasileiro tem sido alvo de críticas no Congresso dos EUA. Desde setembro, democratas enviaram ao menos três cartas ao governo Biden, pedindo distanciamento na relação entre os países. Na mais recente delas, do começo de dezembro, oito senadores democratas pediram um "reset" diplomático e acusaram Bolsonaro de ser responsável pela alta no desmatamento e por ameaçar a democracia no país.

Os textos se inserem em um contexto de pressão feita por ativistas e grupos progressistas do partido do presidente americano. O embaixador respondeu aos críticos também com cartas, nas quais defendeu as ações de Bolsonaro e chegou a dizer que parlamentares americanos estavam mal informados.

Para Fernanda Magnotta, pesquisadora do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), a atuação de Forster pode ser parte de um novo cenário global, no qual líderes locais ampliam a atuação internacional, e uma resposta às ações recentes de governadores brasileiros. "Eles tomaram a frente na importação de vacinas e buscaram protagonismo em agendas como a do ambiente. Em Glasgow [na COP26], havia a delegação brasileira e representantes dos estados, muitas vezes dissonantes", avalia.
Funcionários da embaixada também esperam que as viagens estaduais ajudem a fortalecer as relações com parlamentares americanos no Congresso. Forster teve reuniões recentes com o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, e com o deputado democrata Bill Keating, de Massachussets.

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