Better late than never? President Obama is now disposed to furnish non-lethal aid, including food and medical supplies, to the main political opposition group in Syria, the Syrian Opposition Coalition, led by Moaz al-Khatib, as part of the effort to accelerate the removal from power of dictator Bashar al-Assad.
The decision announced in Rome by the new Secretary of State, John Kerry, not to supply arms disappointed the more moderate rebels who suffered while the Russians and Iranians helped the butcher-dictator and jihadists set the tone for the civil war.
Among the rebels, the jihadists — those groups connected with the al-Qaida network — have proven to be the best combatants and have ended up counting on sympathy from even the moderate sectors frustrated by the vacillation of the West.
We need to be reluctant [to accept] the wisdom of the proverb "better late than never." It could be too late, and there will never be an opportunity to remedy the delay. The reluctance of the Obama administration may prove to be lethal, impeding palatable outcomes for the West. (OK, we cannot rule out scenarios that might be less digestible than the status quo with Assad.)
The fact is that the American government is not at war. Obama is in war withdrawal, bolstered by the American population’s lack of military appetite and the necessity for budget cuts. The adventurism of the Bush era has ceded its place to this caution. The question is what will be the final cost to American interests.
President Obama operates from a semi-potent base; he wants the end of Assad, but he does not invest in the moderate opposition with any vigor out of fear that arms will fall into the hands of jihadists. During this time, there has been an increase in influence of American allies with a disturbing agenda, as is the case of the fundamentalist Islamic Regime in Saudi Arabia.
Obama fears the worst if he gets involved, but troubles will be increasing day by day for lack of involvement. Besides the carnage, there is the risk of dividing the country. Washington calculates that it cannot use a lot of force because of the risk of irritating the Russians too much — on whom it is depending to tighten the noose on Iran in the nuclear crisis. Washington's reluctance encourages the regime in Tehran to question Obama’s willingness to follow through on his threats in case it develops a bomb.
Clearly, the situation in Syria is dangerous, but an aversion to risk has its own dangers. It is possible to proceed more vigorously without playing the irresponsible cowboy. One of the proposals is to have a no-fly zone to stop Assad's planes from indiscriminate bombing. Much is at stake in Syria, both in humanitarian and strategic terms. Showing so much reluctance could even aggravate a civil war.
Obama's focus is domestic, but the White House cannot neglect its obligations as a global superpower. In the past year, Obama vetoed the proposals of his high military commander and diplomat to furnish arms to the Syrian rebels. The new team, composed of Kerry and Secretary of Defense Chuck Hagel, is more in tune with the president’s reluctance.
On the strategic horizon, the aim is to get rid of the butcher Assad, but stopping the butchering continues to be in the works. We need to convince the minorities, such as the Alawites and Christians, that the future does not belong to the jihadists. To do so, it is necessary to strengthen the moderate factions among the rebels. It is even possible, with delay, with reluctance, that a form of greater American engagement will occur, but the price will also be higher, to the point of being atrocious.
Obama e a doutrina da relutância na Síria
Antes tarde do que nunca? O governo Obama agora está disposto a fornecer assistência não letal, incluindo alimentos e suprimentos médicos, para o principal grupo de oposição política na Síria, a Coalizão da Oposição Síria, liderada por Mouaz al-Khatib, como parte do esforço para acelerar a remoção do ditador Bashar Assad do poder.
A decisão anunciada em Roma pelo novo secretário de Estado John Kerry de não fornecer armas decepcionou os rebeldes mais moderados, que padecem enquanto iranianos e russos ajudam o ditador-açougueiro e os jihadistas dão o tom na guerra civil.
Entre os jihadistas, estes grupos ligados à rede Al-Qaeda que se revelam os melhores combatentes entre os rebeldes e que acabam contando com a simpatia mesmo de setores moderados, frustrados com o vacilo ocidental. Em Roma, o líder da oposição Khatib disse que o mundo deveria se preocupar mais com a magnitude dos massacres praticados pelo regime Assad do que com o comprimento das barbas dos rebeldes. É verdade que países europeus, como na rebelião líbia, se mostram mais desenvoltos na Síria do que os americanos, Que encrenca.
Precisamos ser relutantes com a sabedoria do provérbio antes tarde do que nunca. Poderá ser muito tarde e nunca haverá a oportunidade para remediar o atraso. A relutância do governo Obama na crise síria pode se revelar letal, impedindo desfechos palatáveis para o Ocidente (ok, não podem ser descartados cenários ainda mais indigestos do que o status quo com Assad).
O fato é que o governo americano não é de guerra. O presidente Obama está em retirada bélica, antenado com a falta de apetite militar da população americana e a necessidade de uma dieta orçamentária. O aventureirismo da era Bush cede lugar para esta cautela. A questão é o custo final para os próprios interesses americanos.
O governo Obama trabalha na base de meia bomba. Quer o fim de Assad, mas não investe com vigor nas opções moderadas, com o medo de que as armas caiam nas mãos dos jihadistas. Enquanto isto, cresce a influência na Síria de aliados americanos com uma agenda inquietante, como é o caso do regime fundamentalista islâmico da Arábia Saudita.
O governo Obama teme o pior na encrenca caso se envolva, mas a coisa vai encrencando dia a dia pela falta de envolvimento. Além da carnificina, é o risco de partilha do país. Washington calcula que não pode botar para quebrar para não irritar demais os russos, dos quais depende para enrijecer o cerco em torno do Irã na crise nuclear, mas a relutância de Washington encoraja o regime de Teerã, que questiona a sua disposição de ir às últimas consequências caso seja fabricada a bomba.
Claro que a situação na Siria é perigosa, mas a aversão a risco também é. É possível ser mais vigoroso sem bancar o caubói irresponsável. E uma das propostas no ar é uma zona de exclusão aérea para impedir que os aviões de Assad sigam efetuando bombardeios de forma indiscriminada. Muito está em jogo na Síria em termos estratégicos e humanitários. Sinalizar tanta relutância pode até agravar a guerra civil.
O foco de Obama é doméstico, mas a Casa Branca não pode negligenciar suas obrigações de superpotência global. No ano passado, Obama vetou as propostas do seu alto comando militar e diplomático para o fornecimento de armas aos rebeldes sírios. A nova equipe, composta por Kerry e secretário de Defesa Chuck Hagel, está mais afinada com a relutância presidencial.
No horizonte estratégico, a meta é se livrar do açougueiro Assad, mas impedir que o açougue continue em funcionamento. Será preciso convencer minorias como os alauítas e os cristãos que o futuro não pertence aos jihadistas. Para tal, será essencial fortalecer as facções moderadas entre os rebeldes. É até possível que, com atraso, com relutância e forma gradativa ocorra um engajamento maior dos americanos, mas o preço será também maior, até atroz.
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