The climate crisis train has long since left the station, and festive get-togethers don’t seem a way to facilitate urgent action.
The “Climate Lolapalooza” which ends next Sunday in New York is likely to prove heavy on carbon footprints and light on results.
The city is the host of Climate Week in partnership with the United Nations. There are hundreds of events filling a rich metropolis that is years behind on basic climate reforms.
When it comes to dramatic oratory, Antonio Guterres stood out, referencing the “horrendous heat with horrendous effects” we are experiencing in 2023. The U.N. secretary-general declared that “humanity opened the gates of hell.”
When it comes to being tone deaf and having bad timing, Rishi Sunak, the billionaire British prime minister, chose that Thursday to announce he is pulling back on the British schedule to reach “global net zero” by 2050.
Other countries, businesses and even his Conservative Party immediately criticized Sunak’s plans to loosen deadlines and the implementation of alternative sources of energy. The prime minister was elected with zero popular votes when the party chose him to replace the foolish Liz Truss. He used the lame and ideological excuse, not an economic one, for turning back the clock: that green energy is always synonymous with a high cost to the public.
Climate Week in New York was created in 2009, six years before the 2015 Paris Agreement was signed. The week is rich in spectacle and declarations of goodwill and also comes with a dose of hypocrisy, such as the co-sponsorship of McKinsey consultants, a firm denounced by its own employees two years ago for having a client portfolio rich in businesses that defile the planet.
The United Nation’s stage is of undeniable importance for spreading environmental awareness, beyond being the obvious forum for promoting initiatives and regional cooperation. As the climate emergency train has long left the station, festive events don’t seem the way to facilitate urgent action.
It is ironic to live in the host city of Climate Week, where I failed to convince my neighbors to sign up for a free composting program the city offered our street. A simple elevator trip to deposit leftover food seemed too much of a sacrifice. What passes for recycling in my building is piling up and packaging materials that will end up placed in garbage dumps.
Changing habits and adapting depends on local cultures, especially because the environmental deterioration coincides with the impoverishment of the information ecosystem. Just as the reactionary Sunak believes that the market god is the solution for the environment, I meet New Yorkers who still react to the prohibition of incandescent light bulbs, in effect here since August, as a sort of insult to human rights, a leftist conspiracy.
The time and fossil energy spent in the exalted week to protect the planet do not seem to be reflected in real change during the rest of the year. But I suspect that another form of exaltation is beginning to have an effect. It is the healthy application of organized ecological activism that protests the status quo, and which made itself quite visible these past days.
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Nova York é anfitriã da anticlimática semana para defender o meio ambiente
Trem da crise do clima partiu há muito da estação, e festivais de encontros não parecem a forma de facilitar uma ação urgente
O "Lollapalooza do clima" que termina no próximo domingo (24) em Nova York deve se mostrar pesado em pegadas de carbono e leve em resultados. A cidade é anfitriã da Semana do Clima em parceria com as Nações Unidas. São centenas de eventos lotando uma rica metrópole que está anos atrasada em reformas ambientais básicas.
No quesito oratória dramática, destaque para António Guterres. Ao notar o "calor horrendo com efeitos horrendos" que experimentamos em 2023, o secretário-geral da ONU declarou que "a humanidade abriu as portas do inferno."
No quesito surdez e péssimo timing, Rishi Sunak, o bilionário primeiro-ministro britânico, escolheu esta quarta-feira (20) para anunciar um retrocesso no calendário do Reino Unido para atingir as metas do chamado "net zero global" em 2050.
O discurso de Sunak, afrouxando prazos e a implementação de substituição de fontes de energia, foi imediatamente criticado em outros países, por empresas e até pelo seu Partido Conservador. O primeiro-ministro, eleito com zero votos populares, quando o partido o indicou para o lugar da pateta Liz Truss, usou a desculpa esfarrapada e ideológica —não econômica— para a volta no tempo: a de que energia verde é sempre sinônimo de custo alto para o público.
A Semana do Clima de Nova York foi criada em 2009, seis anos antes da assinatura do Acordo de Paris. É rica em espetáculo e declarações de bom-mocismo e vem também com doses de hipocrisia, como o copatrocínio da consultoria McKinsey, denunciada pelos próprios empregados há dois anos por ter uma carteira de clientes rica em empresas que emporcalham o planeta.
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O palco da ONU é de importância inegável para propagar a consciência ambiental, além do foro evidente para promover iniciativas e cooperação regional. Como o trem da emergência climática partiu há muito da estação, festivais de encontros não parecem a forma de facilitar ação urgente.
É uma ironia morar na cidade anfitriã da Semana do Clima onde fracassei na tentativa de convencer meus vizinhos a se inscreverem num programa grátis de compostagem oferecido pela prefeitura para nossa rua. Uma simples viagem de elevador para depositar os restos de comida numa lata na calçada pareceu sacrifício demais. O que passa por reciclagem no meu edifício é amontoar e empacotar materiais que vão no final encher depósitos de lixo.
Mudar os hábitos e se adaptar depende de culturas locais, especialmente porque a deterioração ambiental coincide com o apodrecimento do ecossistema de informação. Assim como o reacionário Rishi Sunak acredita que o deus mercado é a solução para o ambiente, encontro nova-iorquinos que ainda reagem à proibição de lâmpadas incandescentes —em vigor aqui desde agosto— como uma forma de assalto aos direitos humanos, uma conspiração esquerdista.
O tempo e a energia fóssil empregados na exaltada semana para proteger o planeta não parece se refletir em mudanças reais no resto do ano. Mas desconfio que outra forma de exaltação está começando a surtir efeito. É a saudável ampliação da militância ecológica organizada que protesta contra o status quo e se fez bastante visível nestes últimos dias.
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