Derrota administrativa
A derrota de Rick Santorum na primária do Michigan, que afinal tinha sido um empate por causa das regras de distribuição dos delegados de acordo com os círculos eleitorais para o Congresso, acabou por concretizar-se na secretaria, com a hierarquia do Partido Republicano estadual a decidir uma alteração de última hora para atribuir mais delegados ao vencedor Mitt Romney. Naturalmente, a candidatura do ex-senador da Pensilvânia está a queixar-se que não se podem mudar as regras e alterar os resultados depois do fim do jogo. Santorum reclama (chamemos-lhe assim) um empate moral.
A realidade é que a campanha de Santorum precisa de fazer alguma coisa, rápido, se não quer ver esfumar-se a vantagem que tinha há apenas uma semana. Com menos dinheiro e menos organização do que o seu principal adversário, Santorum tinha um trunfo para jogar contra o favorito Romney — a mensagem. Durante algum tempo, o ex-senador disse em campanha exactamente o que as bases conservadoras queriam ouvir. Até que se desviou do guião, com posições extremas sobre religião, contracepção ou a frequência da universidade que lhe custaram o apoio das mulheres e dos indecisos. E depois levou um “banho” de realidade de Romney, que foi implacável no aproveitamento dos desvarios do seu rival, reconduzindo a atenção para as questões económicas.
E se é verdade que o antigo governador do Massachusetts ainda não impressiona a opinião publicada na América, com as suas vitórias da semana já abriu um novo capítulo na história da corrida à nomeação, cavalgando novamente para o topo das sondagens a nível nacional. Dez estados americanos votam na próxima semana, na ansiada Super Tuesday, que pode ser o golpe de misericórdia na campanha de Newt Gingrich (ou não), confirmar (ou desmentir) o fogo fátuo de Rick Santorum, e aproximar (com mais ou menos dúvidas) Romney da nomeação. Porque se houve alguma coisa em que a sua campanha se destacou até agora, foi em afastar a concorrência.
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