Edited by Laurence Bouvard
Em 2008, Barack Obama foi o candidato do entusiasmo e da esperança. Em 2012 a sua vitória foi recebida apenas com um enorme suspiro de alívio. Em quatro anos Obama mediu as promessas da sua retórica com as inércias da realidade, e nem sempre levou a melhor.
A expectativa de ver os EUA a liderarem uma revolução tecnológica e energética para combater as alterações climáticas goraram-se. A América depende cada vez mais das energias fósseis. Guantánamo continua aberto. O programa de saúde (“Obamacare”) é hoje uma sombra do que foi desenhado e parece não agradar à maioria dos cidadãos. A regulação internacional do sector financeiro, cuja desmesura levou à crise global em que mergulhámos, continua por fazer…
Contudo, Obama não se enganou no combate à crise. Ao contrário, da febre ideológica da austeridade que domina a Europa, ele sabe que o Governo deve promover políticas anticíclicas, contrariando a incapacidade de investimento do sector privado e o risco de desagregação em cadeia do tecido económico. Ele sabe, também, que os EUA serão tanto mais fortes quanto melhor compreenderem os seus limites e mais sabiamente souberem usar a diplomacia para atingirem objetivos que permitem ganhos mútuos, consolidando alianças, e transformando inimigos em adversários cooperantes. Com o Obama de 2012 não haverá a redenção política que alguns esperaram em 2008. Mas, com Obama o mundo estará mais protegido contra risco de um rápido meltdown económico e mais distante de uma nova aventura bélica de consequências imprevisíveis.
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