It is not normal for a country to decide to assassinate one of the most important leaders of a rival country when that leader is visiting a third country.
No, this is not normal. No, this is not normal. Let us repeat this as many times as necessary, because if we don’t, we will accept that dysfunction is becoming part of our lives, thus lowering our standard of civil requirements and accepting what we should reject as inadmissible.
No, it is not normal for a country to decide to assassinate one of the most important leaders of a rival country when that leader is visiting a third country. The target may very well be, as is the case with Qassem Soleimani, one of the pillars of a religious dictatorship, and may have contributed to instigating armed opposition to the U.S. and its allies throughout the Middle East. Lovers of peace and freedom will not shed a tear for him, but normalizing a state assassination opens the field to all kinds of arbitrary behavior, especially when the two countries involved have not declared war.
No, for a president who had assured people that he wanted American soldiers to return home, who said when he withdrew from Syria that the U.S. would no longer be “the policeman of the Middle East,” it is not normal to order a strike which then forced him to send 3,000 more soldiers to the Middle East. It cannot be normal to try to make us believe that this killing was to “stop a war, not to start one,” as Trump asserted, and that this would not serve to radicalize the Iranian regime, putting an end to the country’s participation in the greatest achievement for peace, the nuclear deal that the Iranians abandoned yesterday.
No, it cannot be normal for the president of the most powerful nation in the world to brag on social media that the U.S. has identified 52 targets in Iran, some “very important” to Iranian culture, which, in the case of a deliberate attack, would constitute a war crime.
No, no matter how normal it is for American presidents to resort to armed conflict to divert attention from their domestic problems, Trump’s total lack of coherency and the erratic and unpredictable way in which he manages his foreign policy must serve as a strong warning to all who do not intend to embark on a senseless military escalation.
No, this is not a question of supporting the Iranian regime, which should change radically for the good of its people. This is a question of us not ceasing to affirm the basic principles that should govern all relations between countries and peoples, and not allowing the irrational to become normal.
Não, isto não é normal
Não é normal que um Estado decida assassinar um dos mais importantes dirigentes de um país adversário quando ele está de visita a um país terceiro.
Não, isto não é normal. Não, isto não é normal. E repita-se as vezes que seja necessário, porque o contrário disto é aceitarmos que o disfuncional passe a fazer parte das nossas vidas, baixando o nosso padrão de exigência cívica e assimilando como aceitável o que deve ser repudiado como inadmissível.
Não, não é normal que um Estado decida assassinar um dos mais importantes dirigentes de um país adversário quando ele está de visita a um país terceiro. Bem pode o visado ser, como era o caso de Qasem Soleimani, um dos pilares de um regime ditatorial de cariz religioso e ter contribuído para fomentar em todo o Médio Oriente a oposição armada ao Estados Unidos e aos seus aliados. Quem ama a liberdade e a paz não terá uma lágrima para verter por ele, mas normalizar o assassinato de Estado é abrir o campo a todas arbitrariedades, muito especialmente quando não existe uma situação de guerra declarada entre os dois países.
Não, não é normal que um presidente que andou a garantir que queria os soldados norte-americanos a regressar a casa, que quando retirou da Síria disse que os EUA iam deixar de ser “o polícia do Médio Oriente”, ordene um gesto bélico que no momento seguinte o obriga a enviar mais 3000 soldados para o Médio Oriente. Como não pode ser normal tentar fazer-nos acreditar que com esta morte se está a “acabar uma guerra e não começar uma guerra”, como afirmou Donald Trump e que isto não serviria para radicalizar o regime iraniano, acabando com a sua participação naquele que foi a maior conquista para a paz, o acordo nuclear que ontem os iranianos abandonaram.
Não, não pode ser normal que o presidente da nação mais poderosa do mundo venha fanfarronar para as redes sociais que os Estados Unidos têm 52 alvos no Irão, alguns deles de “grande importância” para a cultura iraniana, o que num caso de um ataque deliberado prefigura um crime de guerra.
Não, por muito normal que seja os presidentes norte-americanos recorrerem a conflitos armados para desviar a atenção dos seus problemas internos, a total falta de coerência de Donald Trump, a forma errática e imprevisível como gere a sua política externa, tem de ser um forte aviso para todos os que não pretendem embarcar numa escalada bélica sem sentido.
Não, não está em causa apoiar o regime iraniano, que deveria mudar radicalmente a bem do seu povo. O que está em causa é não deixarmos de afirmar os princípios básicos que devem reger as relações entre países e povos. É não deixarmos que o irracional se torne o normal.
This post appeared on the front page as a direct link to the original article with the above link
.