Obama N’est Pas Charlie

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No domingo, o presidente dos EUA não esteve à altura do cargo. E aqui falo do cargo informal de líder do mundo livre. Não pode bradar Je Suis Charlie. Na marcha de Paris com a presença de 44 dirigentes mundiais (e de 1.5 milhão de citoyens) para expressar solidariedade à França e dizer não ao terror islâmico, Obama não deu as caras nem o vice Joe Biden. Sequer o secretário de Estado John Kerry apareceu.

Na tarde de segunda-feira, a Casa Branca admitiu a gafe (vexame?), dizendo que o governo deveria ter mandado alguém do alto escalão para Paris. O outro vexame do dia foi a revelação de que as contas de Twitter e YouTube do Comando Central (baseado na Flórida e que cuida de Oriente Médio) foram hackeadas em nome do movimento terrorista Estado Islâmico.

Para a grande marcha de domingo, Washington mandou a sub do sub do sub, a embaixadora em Paris. Para tentar consertar o estrago, Kerry agendou viagem a França mais para o final da semana. .

Existem as desculpas de que fora problema de segurança e que Obama não queria ocupar a cena. Mas a ideia era justamente ocupar a cena carregada de simbolismo. Obama poderia ao menos ter prestigiado a marcha convocada pela embaixada francesa em Washington.

Gerald Seib, do Wall Street Journal, fulminante sem ser estridente (o que eu gostaria de ser quando crescer) disse que uma crise carrega as sementes da oportunidade. A tragédia em Paris representa uma oportunidade para mudar a atitude global diante do extremismo e da intolerância. Obama desperdiçou a oportunidade.

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