Worse Than It Looks

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Posted on May 8, 2012.

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Pior do que parece

Com a sua graça pecu­liar, o mor­daz cro­nista do Wash­ing­ton Post, Dana Mil­bank, des­tila hoje o seu veneno con­tra o “Congresso-que-não-faz-quase-nada” e que esta sem­ana está nova­mente parado para que os con­gres­sis­tas real­izem “con­tac­tos com o eleitorado” — leia-se, acções de recolha de fun­dos para a cam­panha eleitoral que se aproxima.

Como aponta, nos primeiros 127 dias do ano de 2012, os leg­is­ladores da Câmara de Rep­re­sen­tantes dedicaram ape­nas 41 às sessões em Washington. desde o iní­cio desta sessão legislativa, em Janeiro de 2011, o con­gres­sis­tas aprovaram 106 pro­jec­tos de lei. Para servir de com­para­ção, Mil­bank evoca o Con­gresso com pior reg­isto de aprovação de leis, o de 1947–48, que “só” pas­sou 908 pro­jec­tos legislativos.

O prob­lema que Mil­bank só ligeira­mente aflora na sua col­una diária é esmi­uçado ao por­menor por Thomas E. Mann e Nor­man Orn­stein, dois dos mais rep­uta­dos espe­cial­is­tas no sis­tema con­sti­tu­cional e fun­ciona­mento do ramo leg­isla­tivo dos Esta­dos Unidos, no seu último livro “It’s Even Worse Than It Looks: How the Amer­i­can Con­sti­tu­cional Sys­tem Col­lided With the New Pol­i­tics of Extrem­ism” (traduzindo à letra, qual­quer coisa como “É muito pior do que parece: Como o sis­tema con­sti­tu­cional amer­i­cano col­idiu com a nova política de extremismo”).

Os dois académi­cos, um mais lib­eral e outro mais con­ser­vador, argu­men­tam que a recente polar­iza­ção ide­ológ­ica dos dois prin­ci­pais par­tidos é a grande causa e razão para o actual impasse leg­isla­tivo e dis­fun­cional­i­dade no Con­gresso — e tam­bém explica porque só 9% dos amer­i­canos aprovam o desem­penho dos seus rep­re­sen­tantes políti­cos, o valor mais baixo de sem­pre (será pos­sível descer mais baixo?).

Mas na sua opinião, o Par­tido Repub­li­cano é o prin­ci­pal respon­sável pelo imo­bil­ismo que tomou conta do Con­gresso, e tem mais culpa no sen­tido em que, mais do que os seus adver­sários, escol­heu fun­dar a sua acção política na abso­luta rejeição do com­pro­misso e, de forma por vezes ridícula, recusando-se a aceitar ou recon­hecer a val­i­dade dos fac­tos, provas e evidências.

Um outro resumo da obra está aqui. Ainda que sejam só umas pince­ladas gerais, são uma boa leitura para quem se inter­essa pelos mean­dros da política americana.

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