End of the Year in the United States

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Fim de ano nos Estados Unidos

A relativa tranquilidade no front econômico interno permitiu ao governo dos EUA desenvolver intensa atividade internacional

Thanksgiving, o Dia de Ação de Graças, constitui a antessala da estação de inverno setentrional e marca o início das festividades de fim de ano nos Estados Unidos. É um dia de feriado que traça sua origem remota às penúrias que padeceram os peregrinos que chegaram a Massachusetts a bordo do Mayflower, em 1620. Sua designação como dia cívico nacional provém de uma proclamação do presidente Abraham Lincoln, em outubro de 1863. Lincoln recomendava a seus companheiros expressar gratidão pela união da nação, em momentos em que essa união estava sendo submetida à dura prova nos campos de batalha de uma guerra civil.

Estes antecedentes foram se desvanecendo da memória contemporânea. Na atualidade, Thanksgiving, feriado americano por excelência, é uma celebração familiar, cujo principal atrativo para uma sociedade multicultural consiste na ausência de conotações cívicas ou religiosas. Por essa razão, os dias imediatamente anteriores e posteriores ao Thanksgiving registram as maiores cifras anuais de transporte de passageiros. Este ano, os deslocamentos em automóvel foram beneficiados por uma situação laboral favorável e dos baixos preços da gasolina. A forma como começaram as vendas natalinas a partir da chamada Black Friday permite prever um comportamento dinâmico do consumo dos lares em dezembro.

Os sinais de reativação disponíveis sugerem que a economia americana começa a recuperar-se dos estragos causados pela crise de 2008. O mercado de trabalho registra condições próximas ao pleno emprego, as quais são propícias ao aumento das remunerações. Algumas cidades estão tomando a iniciativa de adotar um salário-mínimo de US$ 15 a hora. A redução do custo da energia, para a qual contribuíram os avanços tecnológicos na extração de hidrocarbonetos, representa uma vantagem competitiva para os setores industriais intensivos em insumos energéticos. O ritmo de crescimento da atividade econômica nos EUA supera o das demais nações industrializadas. As condições parecem ser propícias para que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) inicie o processo de normalização da política monetária por meio de aumentos graduais da taxa básica de juros.

A relativa tranquilidade no front econômico permitiu ao governo desenvolver uma intensa atividade internacional. Os vínculos de amizade com a França foram reafirmados na ocasião dos atentados em Paris. O presidente Obama se manifestou a favor da manutenção da unidade da Espanha e contra a eventual saída do Reino Unido da União Europeia.

Várias nações asiáticas estão recebendo incentivos comerciais, como o Acordo Transpacífico, e programas de cooperação militar, destinados a combater as tendências hegemônicas por parte da China. A intenção das autoridades chinesas de restringir a navegação em suas zonas marítimas regionais para enfrentar movimentos terroristas, como os do Estado Islâmico, se converteram em um dos grandes desafios de nosso tempo.

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