The two largest carbon emitters, China and the United States, committed a few days ago to cooperating in the fight against global warming, a rare moment of agreement between the superpower on the rise and the superpower that, in the last century, particularly since the end of the Cold War, has reigned supreme on the planet. Given the two countries do not see eye to eye on most issues, this is good news, since the virtual summit about climate change began this Thursday; about 40 world leaders, including Xi Jinping, were expected to participate.
The American president’s goal is to secure pledges from the world’s largest polluters that will allow greater efficacy in the effort to battle global warming. With this initiative, he also seeks to place the United States once again at the forefront of a crusade that had seemed to be so central during Barack Obama’s presidency, but which Donald Trump renounced when he took office in 2017, even walking away from the Paris Agreement negotiated just two years earlier. Biden, who was Obama’s vice president, has, in any case, proclaimed protection of the environment to be one of the priorities of his administration, as evidenced by his nomination of a heavyweight from the world of American politics and diplomacy, John Kerry, as his special climate envoy. The recent cooperation agreement with China was the result of a visit by the former senator, presidential candidate and secretary of state.
But it is hard to believe that China will make a stronger commitment than its previously announced goal of achieving carbon neutrality in 2060, 54 years after passing the United States as the biggest carbon emitter. In common with many other countries, China’s position is that more developed countries, which benefited from earlier industrialization, should be the first to reduce their carbon emissions. The Paris Agreement, in leaving it up to individual countries to set their own goals, in essence accepted this position, held by China but also by India, the world’s third largest emitting country.
Even if it’s evident that the world needs urgent action to reduce global warming, China’s position is understandable. When one says that China and the United States are the world’s largest polluters, with the former emitting twice as much as the latter, it is worth noting that China has four times the population, which means that the average American is still responsible, on average, for twice as much as the average Chinese. It will take, therefore, a great deal of diplomacy, perhaps even technological support and faster development in China, for Xi to agree on changes to what he had already agreed to prior to this summit.
China e Estados Unidos, os dois maiores emissores de carbono, comprometeram-se há dias a cooperar na luta contra o aquecimento global, um raro campo de entendimento entre a superpotência em ascensão e a superpotência que no último século, mas sobretudo depois do fim da Guerra Fria, tem exercido a supremacia no planeta. Tendo em conta que os dois países estão às avessas em quase todas as matérias, da guerra das tarifas à liberdade de navegação no mar da China do Sul, é uma boa notícia, já que nesta quinta-feira começa a cimeira virtual sobre o clima convocada por Joe Biden e na qual deverão participar quatro dezenas de líderes mundiais, incluindo Xi Jinping.
O objetivo do presidente americano é obter compromissos dos grandes países poluidores que permitam maior eficácia no esforço para contrariar o aquecimento global. E com esta iniciativa faz que os Estados Unidos voltem a liderar uma cruzada que parecia ser a sua durante a presidência de Barack Obama, mas à qual Donald Trump tinha renunciado a partir da tomada de posse em 2017, abandonando até o Acordo de Paris de dois anos antes. Biden, que foi vice-presidente de Obama, tem, aliás, proclamado a defesa ambiental como uma das prioridades da sua presidência e foi ao ponto mesmo de nomear um peso-pesado da política e da diplomacia americana, John Kerry, como seu enviado para o clima. O recente acordo de cooperação com a China resultou de uma visita do antigo senador, antigo candidato presidencial e antigo secretário de Estado.
Mas não é credível que a China se comprometa mais fortemente do que o objetivo já anunciado de atingir a neutralidade carbónica em 2060, 54 anos depois de ter ultrapassado os Estados Unidos como primeiro emissor. Tal como vários outros países sustentam também, a tese chinesa é de que os países mais desenvolvidos, que beneficiaram de uma industrialização precoce, devem ser os primeiros a reduzir as suas emissões. No Acordo de Paris, ao deixar-se a cada país a definição das metas, deu-se razão a esta tese defendida pela China mas também pela Índia, terceiro maior emissor.
Mesmo sendo evidente que o planeta precisa de ação urgente para travar o aquecimento global, é compreensível a posição chinesa. Quando se diz que China e Estados Unidos são os grandes poluidores, a primeira duas vezes mais do que os segundos, é necessário também acrescentar que tendo a China quatro vezes mais população, isso significa que um americano é ainda responsável em média pelo dobro das emissões de um chinês. Será preciso pois muita diplomacia, talvez até apoio tecnológico e um ritmo de desenvolvimento ainda mais rápido da China, para ver Xi fazer concessões naquilo que foi já programado.
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